Na terça-feira (15), a CUT São Paulo, representantes da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP) e outras entidades foram às ruas do centro da capital paulista para falar sobre os 130 anos da abolição inacabada, completados neste mês, e dizer que basta de racismo.
O resultado deste processo, passados 130 anos, é a situação de discriminação racial e de desigualdade social a que é relegada a população negra, apesar dos/as negros/as serem a maioria da população brasileira.
A atividade chamou atenção para a questão do ato que extinguiu formalmente a escravidão e trouxe à tona os efeitos sociais da “abolição inacabada”, que não teve nenhuma preocupação com a inclusão das populações de ex-escravizados, por meio de políticas públicas que contemplassem educação, habitação, saúde e principalmente terra e instrumentos agrícolas para o início de uma nova vida.
Os reflexos desta omissão são sentidos ainda hoje, na medida em que a população negra, majoritária no país, não está proporcionalmente presente em todos os segmentos da sociedade.
No setor bancário, por exemplo, segundo Crislaine Bertazzi, secretária de Políticas Sociais da FETEC-CUT/SP, no último Censo da Diversidade realizado na categoria (2014) ficou evidente que a desigualdade e discriminação, tão presentes na sociedade, se reflete na categoria e em todo mercado de trabalho. “As oportunidades não são iguais e a diferença salarial entre brancos e negros são gritantes. Isso se agrava com o recorte de gênero. Quando o salário da mulher negra é ainda mais baixo que o da mulher branca”, explica Crislaine.
Os representantes dos trabalhadores sempre reivindicaram mais contratações de negros e negras. “É preciso que os bancos cumpram seu papel social representando a sociedade brasileira”, conclui a dirigente.
Fonte:
FETEC-CUT/SP