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domingo, 5 de maio de 2024

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publicado em 10/02/2017

Bancários ocupam avenida Paulista em defesa dos bancos públicos

Desmonte prejudica atendimento aos clientes e políticas voltadas à casa própria, à produção de alimentos, desenvolvimento, saneamento e infraestrutura.
 
Dirigentes sindicais bancários de diversas cidades do estado de São Paulo da base da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP) se reuniram nesta sexta-feira (10) na avenida Paulista, na capital, em manifestação de defesa dos bancos públicos. Além de dialogarem com a categoria, um panfleto explicando a importância dos bancos públicos foi entregue a quem transitava pelo local.
 
“A população é a maior prejudicada pelo desmonte dos bancos públicos, que está sendo realizado pelo governo federal. Além de prejudicar o atendimento aos clientes, a política habitacional voltada à população que mais precisa de moradia, a política agrícola voltada aos pequenos produtores, que são os responsáveis pela produção de alimentos, e diversas outras políticas sociais correm o risco de acabar”, alertou Aline Molina, presidenta da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP).
 
A Caixa Econômica Federal é responsável por 66,8% do saldo de financiamento de imóveis no Brasil, incluindo o Minha Casa, Minha Vida. O BB financia 61,3% do crédito agrícola, dinheiro que vai do agronegócio à agricultura familiar. Juntos, os dois bancos públicos federais são responsáveis por 42,1% dos empregos no setor bancário, assim como por 37,6% das agências bancárias e 40,5% do total de contas correntes. São eles os responsáveis pelo pagamento de uma série de programas sociais, atendimento aos trabalhadores, acesso a crédito com taxas mais baixas pelo Brasil afora, onde muitas outras instituições não se interessam em atuar.
 
A presidenta FETEC-CUT/SP ressaltou também a importância dos bancos públicos para a regulação do mercado financeiro. “Eles contribuem com a sustentação da política econômica, como fizeram durante a crise de 2008/2009”, explicou.
 
Demissões e fechamento de agências
No dia 20 de novembro, o Banco do Brasil divulgou planos de “reestruturação” que prevê o fechamento de 402 agências e transformação de outras 379 em postos de atendimento, com encerramento de 31 superintendências. A intenção era extinguir 18 mil postos de trabalho por meio de um Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI). A redução do quadro por meio do PEAI atingiu 9.400 funcionários. “Com o fechamento de unidades, funcionários são realocados em outras agências, muitas vezes em outras cidades, na maior parte delas com perdas salariais. As reduções chegam a 50% dos rendimentos”, disse Antonio Sabóia, diretor de Bancos Federais da FETEC-CUT/SP.
 
No último dia 6 de fevereiro foi a vez de a Caixa anunciar um Plano de Demissão Voluntária Extraordinário (PDVE), com a perspectiva de demitir 10 mil empregados. A Caixa também já vem implantando uma política de fechamento de unidades consideradas pelo banco como sendo “inviáveis economicamente”.
 
“O número de clientes está aumentando. Com o fechamento de agências e demissão dos bancários, sem reposição do quadro de funcionários, quem fica no banco acaba sobrecarregado e estressado. As filas aumentam e cai a qualidade de atendimento aos clientes”, explicou Rodrigo Franco Leite, diretor da FETEC-CUT/SP e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB). “Além disso, apesar de os bancos públicos terem obtido grandes lucros nos últimos anos, essa não é a finalidade dos mesmos. A função deles é atender as demandas sociais. Então, não há que se justificar o fechamento de agências com a falta de viabilidade econômica”, complementou Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
 
“Mais grave é a previsão de Caixa convocar as pessoas a sacarem os valores referentes às contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) dias depois de os empregados que optarem pelo PDVE terem que se desligar do banco. Aumentam a demanda e reduzem o pessoal. Querem jogar os clientes contra os bancários, querem prejudicar a imagem do banco público para justificar a transferência da carteira do FGTS para os bancos privados”, disse o coordenador da CEE Caixa.
 
BNDES também na mira
Além de BB e Caixa e dos bancos estaduais como o Banrisul, o BNDES também sofre com as investidas do governo Temer. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social sofreu uma descapitalização de R$ 100 bilhões, que foram devolvidos ao Tesouro Nacional.
 
Desde 2008, o financiamento total do BNDES cresceu 76,2% em termos reais, chegando à casa dos R$ 601 bi em dezembro de 2016. Desse total, R$ 522 bi foram destinados ao investimento de empresas na economia brasileira. O BNDES teve papel fundamental no crescimento do país nos últimos anos.
 
Campanha nacional
Na quinta-feira (9), dirigentes sindicais do setor bancário de todo o país se reuniram na sede da Confederação Nacionais dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) para construir uma campanha nacional contra os ataques e as tentativas de privatizações dos bancos públicos. Eles definiram que é preciso mostrar para cada bancário a importância dos bancos públicos e conclamar todos a defendê-los, numa ampla mobilização que dialogue com toda a sociedade.
 
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      > Bancários sensibilizam a população contra ataques aos bancos públicos

  Fonte: FETEC/SP
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