Federações internacionais articulam ações de apoio às paralisações.
Apreensivas com o que está ocorrendo com as legislações dos direitos trabalhistas e previdenciários no Brasil, as federações internacionais de trabalhadores da Construção e Madeira (ICM), metalúrgicos, químicos e têxtil (IndustriALL) e servidores públicos (ISP) estão articulando em suas entidades de base, manifestações e ações de apoio à Greve Geral do dia 28 de Abril no Brasil.
“Nesse dia, os sindicatos da ICM estarão entregando cartas de protesto nas Embaixadas do Brasil em vários países, em conjunto com os sindicatos afiliados à Internacional de Serviços Públicos (ISP) e IndustriALL Global Union, outras federações sindicais internacionais mobilizadas em apoio aos trabalhadores brasileiros”, informa o representante da ICM para América Latina e Caribe, Nilton Freitas.
No lugar das reformas, defende a ICM, seria mais adequado que o governo estivesse buscando os meios para retomar as milhares de obras paralisadas em todo o país, cujos investimentos altíssimos já realizados estão se deteriorando. “Enquanto isso, cerca de 13 milhões de pessoas perderam seu emprego e a arrecadação pública, evidentemente, despenca, reduzindo a capacidade fiscal do Estado em prejuízo da segurança pública, da saúde, da educação”, destaca o secretário-geral da ICM, Ambet Yuson.
Confira baixo a nota da ICM:
Brasil: solidariedade internacional à Greve Geral 28 de abril
A Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) vem acompanhando com muita apreensão as iniciativas legislativas promovidas pelo governo brasileiro no âmbito da previdência social e das relações de trabalho.
Causa especial preocupação, a aprovação em caráter de urgência pela maioria parlamentar do governo na Câmara, de proposta legislativa que regulamenta a subcontratação de mão de obra e serviços (a chamada “terceirização”), de forma totalmente irrestrita e sem a garantia de direitos para os trabalhadores empregados nas chamadas atividades-fim da empresa.
De igual maneira, as medidas apresentadas pelo governo na chamada “reforma da previdência social” conduzem a uma precarização sem limites da seguridade social, com prejuízos econômicos, sociais e humanos para a geração atual e futura de trabalhadores homens e mulheres.
Não bastassem essas medidas depreciativas da proteção social e trabalhista, o governo do Senhor Michel Temer ataca frontalmente as organizações sindicais de trabalhadores ao propor uma “reforma” trabalhista que levará ao enfraquecimento dos sindicatos e da negociação coletiva no Brasil, resultando em redução de salários, benefícios e direitos no médio e longo prazo.