Os bancários que se afastam do banco pelo INSS devido a doenças do trabalho devem tomar uma série cuidados. Recentemente, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região teve de atuar para cancelar a demissão de uma trabalhadora do Santander que se afastou pelo INSS e retornou para o banco sem as orientações devidas.
A trabalhadora desenvolveu doenças de ordem psicossociais relacionadas ao trabalho e precisou se afastar do banco em outubro de 2020. Ao passar em perícia do INSS, em janeiro deste ano, recebeu alta. No exame de retorno ao trabalho, o médico a considerou inapta. Com isso, ela precisou passar novamente pelo INSS. Contudo, a perícia estava demorando muito para ser marcada.
Diante da demora, ela ligou para a supervisora, que a orientou a retornar ao trabalho, mesmo sem realizar a perícia. A gestora também disse que o banco faria os trâmites necessários para a realização da perícia, e garantiu que ela não seria demitida. A bancária chegou a receber um e-mail do RH dizendo para marcar perícia, mas a supervisora novamente reafirmou que não seria necessário, porque o banco estava cuidando de tudo.
Passados alguns dias, o Santander a demitiu.
Mesmo após a demissão, ela procurou o Sindicato, que a orientou a comparecer na nova perícia. O médico do INSS deferiu a inaptidão para o retorno às atividades profissionais no banco, por motivo de doença relacionada ao trabalho, e a afastou pelo período de 12 meses.
O Sindicato entrou em contato com o Santander, que reconheceu o erro, e cancelou a demissão.
“A trabalhadora não está bem psicologicamente, desenvolveu transtorno de ansiedade por causa do trabalho, e o próprio INSS reconheceu que ela precisa ficar afastada. Após procurar o Sindicato e comparecer à perícia, onde teve seu pedido de afastamento aceito, a entidade entrou em contato com o banco cobrando a reintegração da trabalhadora,” diz André Bezerra, dirigente sindical e bancário do Santander. “O banco só cancelou a demissão porque a trabalhadora procurou o Sindicato, que entrou em contato com o banco. Este caso reforça a importância de os trabalhadores se manterem sindicalizados, próximos do Sindicato e procurarem a entidade quando necessário”, orienta.