Banco ampliou horário do dia 4 de outubro. ‘’Vamos levar questão para reunião do Comando com a Fenaban porque mais uma vez o Santander age de forma arbitrária’’, diz Wanessa Queiroz da Fetec SP
No final de setembro, o Santander comunicou aos clientes que voltaria a atender o público até às 16 horas. Sem negociar com a categoria e seus representantes, o banco, de forma arbitrária, foi o único a tomar essa medida no país, haja vista a pandemia não ter acabado.
Para a COE, o banco toma uma medida que tem consequências diretas no dia a dia dos trabalhadores, desrespeitando o que determina o acordo coletivo firmado com o movimento sindical.
Além disso, o Sindicato dos Bancários de SP tem recebido denúncias de que gestores do Santander estão pressionando os bancários do grupo de risco a voltarem ao trabalho presencial. A entidade questionou o RH e a resposta foi que a orientação do banco é de que os funcionários que fazem parte do grupo de risco permaneçam em home office.
‘’Por meio da COE, tentamos abrir um canal de negociação com o Santander que alega ser necessário ampliar o horário em virtude do aumento do número de clientes’’, conta Wanessa Queiroz, diretora de bancos privados na Fetec /SP. ‘Já adiantamos que vamos levar essa questão para a reunião do Comando Nacional com a Fenaban, mas o Santander não recuou e de fato passou a abrir as agências até às 16 horas desde o dia 4 de outubro’’.
Wanessa lembra que a volta do horário ampliado é uma pauta que já estava sendo debatida entre os bancos que fazem parte da Febraban, mas, justamente por ainda haver tantos casos de Covid e o país não ter atingido a marca de 70% de vacinados, a pauta não obteve consenso.
O banco informou que o horário estendido é decorrência das agências lotadas e, portanto, o tempo ampliado evitaria concentração de clientes.
‘’Observamos que nas regiões periféricas existe maior procura dos clientes nas agências por conta do recebimento de salários e benefícios, mas após esse período, o atendimento se normaliza’’, informa Wanessa. ‘’Nossa preocupação é que se garanta a manutenção dos protocolos de saúde e segurança para funcionários e clientes’’.
Os bancários que se sentirem pressionados a voltar e não se sintam seguros para isso, devem denunciar a pressão ao seu Sindicato.
Pesquisa
Uma pesquisa do Dieese avaliou as condições de teletrabalho da categoria após mais de um ano de duração dessa modalidade neste período de pandemia de Covid-19. Mais de 13 mil bancárias e bancários responderam ao questionário e feitos vários recortes na pesquisa, que aponta maior incidência de diagnóstico positivo de Covid-19 (38%) entre os que permaneceram no trabalho presencial do que entre aqueles que passaram a modalidade em home office (23%). Chamou a atenção o fato de que o banco que menos colocou trabalhadores em teletrabalho foi o que mais teve registros de contaminação.
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