Representante da Contraf-CUT e funcionária do Banco do Brasil, destaca a história da Previ “como uma construção das trabalhadoras e trabalhadores”
A Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) foi homenageada nesta segunda-feira (6), pelos seus 120 anos em sessão solene na Câmara dos Deputados. A entidade, fundada em 16 de abril de 1904, por 52 funcionários do BB, que queriam proteger seus familiares, é reconhecida, na atualidade, como um dos 100 maiores fundos de pensão do mundo e o maior do Brasil.
“Hoje, somos cerca de 200 mil associados e associadas, trabalhadoras e trabalhadores do BB, aposentados e da ativa, que, junto com seus familiares pensionistas, contam com a segurança da Previ. Segurança conquistada por nós através das gerações”, destacou a coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fernanda Lopes.
Durante sua fala, na sessão solene, ela observou que o modelo de governança da Previ, baseado na participação de trabalhadores e trabalhadoras em todas as esferas da gestão, nas diretorias e conselhos, “está em um nível acima do que preconiza a legislação”, modelo de gestão que “também explica o bom desempenho da entidade, que se tornou referência para outros fundos de pensão fechados”.
“A Previ foi a primeira entidade em que metade dos executivos passou a ser eleita pelos associados. Regra que vale para a Diretoria Executiva e todos os Conselhos. Também é um dos poucos fundos de pensão no país em que todos os funcionários são, obrigatoriamente, associados da entidade. Essa paridade na governança foi conquistada com muita luta, desde a década de 1980”, pontuou.
Agente na economia nacional
O presidente da Associação Nacional de Participantes de Fundos de Pensão e de Beneficiários de Saúde de Autogestão (Anapar), Marcel Barros, que também participou da sessão solene, destacou o papel da Previ no desenvolvimento econômico e social do Brasil: “A Previ está presente em todas as áreas da economia do país, seja com títulos públicos federais, seja em setores da economia, como do varejo, metalurgia. E fazendo o que? Gerando riqueza”.
Atualmente, a entidade paga, em benefícios, R$ 1,35 bilhão, por mês, montante distribuído para mais de 100 mil famílias. A Previ também gerencia R$ 272 bilhões em recursos dos 200 mil associados e associadas.
“É o dinheiro do trabalhador fomentando um ciclo virtuoso pra trazer mais riqueza para a sociedade, como um todo. E com preocupações sociais muito importantes e que fizeram com que a Previ fosse o primeiro fundo pensão do mundo convidado para fazer parte do programa de investimento responsável da ONU”, completou Marcel, se referindo ao PRI (Principles for Responsible Investments, ou, em português, Princípios para o Investimento Responsável), lançado pela Organização das Nações Unidas em 2006.
Reconhecimento do Legislativo
O presidente da Previ, João Fukunaga, completou que, “ao investir de forma responsável o capital excedente, a Previ contribui para o crescimento econômico do país, gerando oportunidade em várias áreas”. Ele ressaltou ainda que a Previ é a “única entidade de pensão fechada no país que nunca sofreu plano de equacionamento”, que é quando os participantes são obrigados a pagar alíquotas extras para cobrir receitas.
“Nem mesmo em anos duros de criminalização injusta de seus gestores, [a Previ sofreu algum plano de equacionamento], e saiu fortalecida como referência de governança e de investimentos, atestados inclusive, por essa Câmara dos Deputados”, acrescentou Fukunaga, se referindo ao evento que ocorreu em 2016, quando parlamentares da casa legislativa concluíram que a Previ estava em situação superior aos outros fundos de pensão. “Podemos inclusive aproveitar a expertise da Previ para recuperar os outros fundos”, chegou a declarar o então relator do caso de 2016, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR).
O deputado federal Tadeu Veneri (PT-PR), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos, que presidiu a sessão solene em homenagem à Previ desta segunda-feira (06), agradeceu todos os parlamentares que apoiaram a iniciativa.
“Eram necessários, no mínimo, 52 assinaturas e tivemos mais de 90 [assinaturas, para que a sessão fosse realizada]. Isso se deve ao respeito que essa casa tem à Previ, ao Banco do Brasil, mas principalmente, à história dos seus funcionários. Isso, para nós, é bastante significativo. Porque nós sabemos o quanto é difícil, muitas vezes, como disse aqui o presidente João [Fukunaga], sermos entendidos fora daquilo que é o nosso ambiente de trabalho, e, no caso da Previ, para que as pessoas saibam, de fato, o que é, o que faz e como funciona a Caixa de Presidência do Banco do Brasil”.
A sessão contou também com homenagem da deputada Erika Kokay (PT-DF), que comparou a Previ à outras instituições que são fundamentais “na construção diária de uma sociedade que faz o Brasil vivenciar a sua grandeza, em potencial”. Ela destacou que defender a Previ faz parte da defesa dos bancos públicos e de “construções feitas para assegurar direitos dos seus empregados e empregadas” e que são “fundamentais, como grandes fundos de desenvolvimentos para o próprio país”.