Campanha visa mostrar mulheres negras como maiores vítimas da violência, da pandemia, do racismo e do machismo no Brasil.
Neste mês será realizada a 9ª edição do Julho das Pretas. O objetivo é denunciar o genocídio da população negra no Brasil, intensificado com a pandemia de Covid-19. Por isso, o tema central da campanha é “Para o Brasil Genocida, Mulheres Negras apontam a solução”. A data surgiu em 1992, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou na República Dominicana o 1º Encontro de Mulheres Afro-latinoamericanas e Caribenhas.
No Brasil, o 25 de julho também é o Dia Nacional de Teresa de Benguela e da Mulher Negra. É uma referência à líder quilombola, que comandou a luta do quilombo de Quariterê, no século 18.
“Precisamos reforçar a luta das mulheres negras, as maiores vítimas da violência doméstica, de feminicídio e mesmo da atual pandemia que devasta no nosso país. Precisamos valorizar as organizações de mulheres negras em todo o país e a luta que travam contra o machismo e o racismo, infelizmente muito fortes no Brasil”, declarou a secretária Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elaine Cutis.
Para Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, a campanha deste ano precisa destacara mulher negra como maior vítima do genocídio, mas também como vítima histórica do racismo e do machismo. “Duas em cada três vítimas de feminicídio são negras. O risco de uma mulher negra ser morta é 64% maior do que o de uma mulher branca, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Não dá para ficarmos indiferentes à essa situação”, afirmou Almir.
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