A ganância do Itaú pelo lucro tem levado à terceirização de diversas áreas de atendimento direto ao cliente, como as centrais.
A medida coloca em risco o sigilo das informações financeiras e pessoais dos seus clientes, pois o serviço realizado por uma empresa terceira aumenta a exposição de dados bancários e resulta na perda da qualidade do atendimento.
Além das terceirizações, que estão eliminando postos de trabalho exclusivamente bancários, o Itaú vem promovendo a automação de serviços e processos internos de algumas áreas, como a Unidade de Detecção e Prevenção Fraude e a Consultoria IA/IU Câmbio.
Com isto, o banco também está eliminando mais postos de trabalho e contribuindo com o desemprego. Para piorar, os bancários das áreas que estão sendo automatizadas não têm prazo ou chance de se realocar em outros setores do banco.
“É inadmissível que mesmo com o lucro bilionário construído pelos bancários, o Itaú trate seus empregados como números a serem descartados de seu balanço”, protesta o dirigente sindical em SP e bancário do Itaú Sérgio Lopes, o Serginho.
Problemas nas agências físicas
Somente nos três primeiros meses de 2023, 103 agências físicas foram fechadas, o que também resulta na diminuição de postos de trabalho e na precarização do atendimento à população, que se vê obrigada a perder mais tempo no deslocamento para outra agência; ou a utilizar o 30 Horas (internet banking) ou o App – importante lembrar que nem toda a população tem familiaridade com os canais digitais.
Além disso, o novo modelo de agência Espaço Itaú de Negócios não possui vigilantes ou porta giratória. Esta configuração expõe clientes e bancários à insegurança, já que qualquer pessoa pode entrar na agência.
“Não somos contra a digitalização, mas o banco não pode se esquecer que é uma concessão pública e, como tal, deve oferecer atendimento bancário para todos os clientes, inclusive aos que não estão familiarizados com as novas tecnologias; além de segurança para a população que busca serviços bancários, seja físico ou remoto”, afirma Serginho.
“Também é importante lembrar que o número insuficiente de trabalhadores impera na maioria dos setores e agências do Itaú, muito em parte por causa das metas abusivas. Por isto, o banco tem o dever de aumentar postos de trabalho para contribuir com a redução do desemprego, prestar melhor atendimento à população e reduzir a sobrecarga de trabalho, que causa tantos adoecimentos”, finaliza o dirigente.