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Extinto por Bolsonaro, horário de verão ajudaria a evitar apagão

‘Hoje a economia gerada pelo horário de verão seria da ordem de R$ 100 milhões, longe dos R$ 400 milhões que um dia já foram economizados com a medida”, explicam especialistas.

A crise energética tem se tornando um problema cada vez maior para o País. Desde janeiro deste ano, os brasileiros vêm amargando contas de luz cada vez mais altas: segundo cálculos do engenheiro eletricista Íkaro Chaves, só neste ano houve um aumento de 30%.

Em todo território nacional, a situação é ainda mais complexa. As implicações do aumento da conta de energia elétrica vão desde a inflação ao desemprego, passando pela diminuição do crescimento econômico e o agravamento da crise política já existente. Por isso, toda a população – e até o ‘deus-mercado’ – esperam que o governo Bolsonaro tome medidas que possam evitar um apagão, como ocorrido em 2001 sob a governança de Fernando Henrique Cardoso.

A volta do horário de verão é a solução?
De acordo com Ricardo Baitelo, coordenador de Projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), o horário de verão não seria uma solução completa. Contudo, poderia ser mais uma ferramenta para aplacar a crise. Conforme afirma o especialista, apesar de não ser tão interessante do ponto de vista ecnonômico quanto antes, ainda assim ajudaria a economizar energia.

Segundo ele, Luíz Eduardo Barata, ex-direitor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que hoje a economia gerada pelo horário de verão seria da ordem de R$ 100 milhões, longe dos R$ 400 milhões já economizados com a medida. Entretanto, Baitelo indaga: “Dizer que 100 milhões é pouco relevante é estranho em uma país que está passando por uma crise múltipla”.

O especialista aponta que seria difícil quantificar o impacto na diminuição do consumo de energia, já que o perfil de consumo dos cidadãos mudou muito nos últimos vinte anos. A popularização do ar-condicionado, o aumento do acesso a geladeiras e freezers, entre outras mudanças, fizeram com que o consumo de energia elétrica aumentasse nos lares brasileiros.

“A implementação do horário de verão agiria na redução do stress sobre o sistema de energia, pois quando se altera o horário se altera o uso da energia”, disse.

Quando surgiu o horário de verão?
Baitelo informa que o estabelecimento do horário de verão remonta ao governo Getúlio Vargas, entre 1931 e 1932. Desde então foi adotado por todos os governos até Bolsonaro, que extinguiu a medida. “Enquanto pesquisador em eficiência energética, eu lamentei a extinção do horário de verão porque apesar de não ser economicamente tão relevante, ele ajudava a economizar energia”, ressalta.

“As demandas de eficiência energética são desprezadas no Brasil e o horário de verão não tinha custos para ser implementado e já fazia parte da cultura da população”, lamenta Baitelo.

Como economizar na conta de luz?
Com a mudança do perfil de consumo, citada por Baitelo, economizar luz em casa tem muito a ver com a renda das famílias. Segundo ele, em residências que possuem ar-condicionado, desligá-lo já faria uma grande diferença no bolso.
Contudo, para famílas que não contam com o aparelho, a solução ainda é ligada a conseguir mais eficiência em produtos como geladeiras e chuveiros elétricos. Para geladeiras e outros eletrodomésticos, Baitelo recomenda que as especificações do fabricante devem ser seguidas, assim como a manutenção dos aparelhos. Já para os chuveiros elétricos, a recomendação é de banhos curtos e, se possível, a troca do sistema elétrico para o aquecimento solar. Esta última opção, segundo o especialista, avançou muito no País e hoje é possível instalar o sistema em uma casa a partir de mil reais.
Outra dica é não deixar equipamentos em stand by e não deixar carregadores na tomada sem equipamentos. “O Brasil já mostrou que isso é possível, mas essa cultura se perdeu”, conclui o espacialista.
fonte Reconta Aí

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