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Coronavírus: denúncias escancaram irresponsabilidade do Santander

Novas denúncias que chegaram ao Sindicato escancaram, mais uma vez, a irresponsabilidade do Santander com a saúde e a vida dos bancários brasileiros – os mesmos que garantem ao grupo espanhol a maior fatia do seu lucro mundial – durante a pandemia de coronavírus. Uma das denúncias dá conta de que um coordenador da área Quarteirão de Investimentos, temporariamente alocada na Torre Santander, trabalhava normalmente até a segunda-feira passada 1, mesmo com suspeita de Covid-19. Para piorar, quando finalmente afastou o trabalhador, o Santander afastou apenas uma pequena parte das pessoas que tiveram contato com ele. 

“Uma situação absurda, de total descaso com a saúde dos trabalhadores. Mesmo o banco ciente da suspeita de Covid-19, o bancário seguiu exercendo suas funções presencialmente e, quando foi afastado, apenas poucas pessoas das quais tiveram contato com ele também foram. Porém, o coordenador teve contato com quase toda a equipe, inclusive dando feedback para um grande grupo de colegas, em sala fechada”, relata o dirigente do Sindicato e bancário do Santander, André Camorozano, reforçando ainda que o coordenador afastado segue cobrando metas da equipe, com anuência dos superiores, superintendente e diretora. 

De acordo com o dirigente, para abrir mais espaço na Torre Santander, o banco transferiu parte da equipe para o Centro Velho da capital paulista, em um local no qual existe outro caso de suspeita de contaminação por Covid-19, totalizando dois casos em menos de uma semana. 

“É uma completa irresponsabilidade. Como não afastam os bancários que tiveram contato com os casos suspeitos, expondo-os ao transporte público, o segundo maior foco de contaminação, perdendo apenas para os hospitais. A gestão do Santander está negligenciando a saúde dos seus funcionários e contribuindo para agravar ainda mais a situação de calamidade enfrentada pelo Brasil”, indigna-se Camorozano. 

Agência XV de Novembro

Na agência da Rua XV de Novembro, no Centro Velho de São Paulo, existe um caso suspeito de contaminação por Covid-19. A bancária foi afastada, mas todos os colegas que tiveram contato com ela seguem trabalhando normalmente, inclusive com a realização semanal de treinamento por vídeo, aglomerados todos na mesma sala. 

“O Santander não está realizando, com a agilidade necessária, a sanitização dos locais em que foram registrados casos suspeitos e confirmados, são inúmeras denúncias de que colegas que tiveram contato com infectados não foram afastados e, para piorar, até mesmo casos suspeitos seguiram trabalhando normalmente por dias, com conhecimento do banco, o que coloca todos em risco. Cobramos o afastamento do bancário na primeira comunicação de suspeita, assim como o afastamento de todos os colegas que tiveram contato com ele, além da imediata sanitização do local de trabalho. O bancário brasileiro merece o mesmo respeito que o bancário da matriz espanhola do banco, o que não está ocorrendo, tendo em vista a enorme diferenciação nos protocolos adotados e na agilidade com a qual as medidas necessárias estão sendo tomadas, quando de fato são tomadas”, conclui André. 

Confira abaixo alguns relatos coletados por dirigentes do Sindicato junto aos bancários do Santander: 

“Estava na sede até terça-feira. Agora, estou no prédio central, que teve caso confirmado ontem. Ninguém passa informações”

“Implorei por home office”

“Almoçamos em salas de reuniões e no café, todos apertados”

“Fiquei fora do prédio porque afastaram alguns. Nossa coordenadora esconde a informação”

“Estão forçando a volta de todos a qualquer custo”

“Que humilhação!”

“Estão todos combinados. Não querem exposição, mas precisam que nós produzamos insanamente para compensar a crise”

 

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