Delegação reforça luta por equidade, direitos e participação no processo de envelhecimento
Aposentadas e aposentados bancários, ao lado de representantes de diversas categorias filiadas à CUT, participam da 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (6ª Conadipi), realizada em Brasília entre os dias 16 e 19 de dezembro. O encontro é promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (SNDPI) e do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDPI).
A presença da delegação reforça o compromisso histórico do movimento sindical com a defesa dos direitos sociais e com a construção de políticas públicas que garantam dignidade no envelhecimento.
“O movimento sindical sempre esteve na linha de frente da luta pelos direitos sociais, e isso inclui o direito de envelhecer com dignidade. Estar na Conadipi é garantir que a voz dos aposentados e aposentadas seja ouvida na formulação de políticas públicas que respeitem nossa trajetória e assegurem direitos para as próximas gerações”, afirma Elias Jordão, coordenador do Coletivo Nacional de Aposentadas e Aposentados da Contraf-CUT.
Envelhecimento, equidade e participação social
Com o tema “Envelhecimento Multicultural e Democracia: urgência por Equidade, Direitos e Participação”, a conferência reúne, ao longo de quatro dias, pessoas delegadas, convidadas e observadoras nacionais e internacionais. Os debates e deliberações têm como foco o fortalecimento de políticas públicas que assegurem uma vida saudável, com direitos, equidade e respeito às múltiplas formas de envelhecer.
“A 6ª Conadipi é um espaço fundamental para reafirmar que as pessoas aposentadas, pensionistas e idosas não podem ser invisibilizadas. Estamos aqui para defender políticas públicas que combatam desigualdades e garantam um envelhecimento com dignidade, participação social e respeito”, destacou Ari Aloraldo do Nascimento, secretário das Pessoas Aposentadas, Pensionistas e Idosas da CUT.
Envelhecimento como direito
Na abertura da conferência, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, ressaltou que o envelhecimento é um processo plural e diverso.
“Não existe uma única velhice. Existem muitas formas de viver o tempo. Infelizmente, ainda temos pessoas que não conseguem envelhecer com dignidade. Nossa luta é para que todas tenham direito a um envelhecimento de qualidade”, afirmou.
A ministra celebrou o retorno presencial da Conadipi após nove anos e destacou a importância da participação popular na construção de políticas públicas eficazes. Em sua fala, lembrou o papel das pessoas idosas na consolidação da Seguridade Social brasileira e nas conquistas garantidas pela Constituição de 1988, pelo SUS, pelo SUAS e pelo Estatuto da Pessoa Idosa.
“Somos memória viva do país: das lutas, das dores e das conquistas. Mas também somos força política em movimento”, ressaltou.
Durante a abertura, Macaé Evaristo apresentou a nova Caderneta da Pessoa Idosa, instrumento do SUS voltado à organização do cuidado, ao registro de informações de saúde e à identificação precoce de vulnerabilidades.
Diversidade e protagonismo das pessoas idosas
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa e presidente do CNDPI, Alexandre da Silva, destacou a diversidade presente na conferência.
“A Conferência já deu certo. A diversidade está aqui”, afirmou.
Cerca de 1,3 mil participantes — entre delegados da sociedade civil, autoridades, ativistas e convidados — lotaram o Plenário do Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB) na noite de abertura. Muitos viajaram de avião pela primeira vez para participar do evento.
Alexandre reforçou que o debate sobre as múltiplas velhices leva em conta desigualdades de renda, raça, etnia, gênero, orientação sexual e religiosidade. “Envelhecer é um verbo no presente”, concluiu.
A cerimônia de abertura também contou com a presença da ministra das Mulheres, Márcia Lopes, que anunciou a criação do Fórum da Mulher Idosa, iniciativa que começará a ser estruturada em janeiro, com representação regional em todo o país. A ministra destacou ainda a urgência de políticas públicas para enfrentar as desigualdades de gênero e a violência contra as mulheres.
Organização coletiva em defesa da dignidade
A participação dos aposentados bancários e das demais categorias da CUT na 6ª Conadipi reafirma a importância da organização coletiva e da mobilização social para garantir que o envelhecimento seja vivido com direitos, respeito e dignidade para todas e todos.
fonte CONTRAF CUT


