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Balanço semestral mostra as consequências negativas da política do governo para a Caixa

O Lucro Líquido da CAIXA no 1º Semestre de 2022 somou R$ 4,3 bilhões, cerca de 60% abaixo do resultado no mesmo período de 2021.

Vale destacar que, em 2022, não ocorreram os chamados “eventos não recorrentes”, que vem sendo registrados nos balanços da Instituição desde o início dessa gestão, em 2019. Nos últimos três exercícios, cerca de 50,4% dos resultados gerados foram provenientes de alienação de ativos rentáveis da CAIXA (eventos não recorrentes).

Como tenho alertado reiteradamente, as políticas adotadas pelo governo, com liquidação de ativos e venda de negócios rentáveis da CAIXA, comprometeram significativamente os resultados do banco, trata-se de uma política equivocada, que só destrói valor da CAIXA, afetando sua sustentabilidade a médio e longo prazos.

Também é importante destacar que nos últimos 12 meses, o Ativo Total da CAIXA cresceu 2,1%, ante uma inflação de em torno de 10% no mesmo período. São dados preocupantes, que alertam para necessidade de parar a venda de ativos, as constantes restruturações, com perda da inteligência da instituição, e refazer o plano estratégico, retomando investimentos em Pessoas, operações e tecnologia.

Ao avaliarmos os números, podemos perceber mais claramente os efeitos da gestão dos últimos 3 anos. A CAIXA continua perdendo participação no mercado.

Na verdade, o direcionamento do governo, que tem interesse em privatizar as empresas públicas, vem comprometendo o futuro da Instituição, diminuindo seu Market share, receitas futuras e perspectivas de negócios, enfraquecendo sobremaneira a CAIXA.

Some-se a isso que o recentemente publicado, relatório Brand Finance Brasil 100 2022, que avalia o valor das 100 marcas mais valiosas do Brasil, indicou que a marca CAIXA perdeu 32,1% de seu valor.

Esse resultado trágico é fruto da crise reputacional em curso, com denúncias de assédio sexual e moral, atitudes autoritárias e desrespeito aos empregados da empresa.

O restante no ano será desafiador para nós. O cenário econômico indica grande instabilidade, decorrente tanto da crise internacional (guerra Russia x Ucrânia, preços dos commodities, inflação, quebra da cadeia de fornecedores, COVID 19 ainda ameaçando, dentre outras questões) como da situação interna (ameaças à democracia, juros elevadíssimos, desemprego, fome). Isso também afeta nossos resultados, visto que a elevação da taxa Selic aumenta mais acentuadamente as Despesas de Intermediação Financeira, contribuindo para a diminuição do Resultado Bruto da Intermediação Financeira.

O grande património da Caixa continua sendo seu corpo funcional, que não parou em nenhum momento da pandemia e continua na linha de frente atendendo milhões de brasileiros para pagamentos de programas sociais, além do trabalho cotidiano com clientes.

No 2T22, por meio de seus canais de atendimento próprios ou da rede parceira, a CAIXA realizou o pagamento de 90,2 milhões de parcelas de programas sociais, benefícios ao trabalhador e benefícios do INSS em todos os municípios brasileiros, totalizando R$ 71,2 bilhões em benefícios pagos.

Diante disso, temos que resistir, defendendo a CAIXA Pública, forte, que consiga atuar na distribuição de políticas públicas e agregar maior valor à sociedade, induzindo o desenvolvimento econômico e a redução das desigualdades sociais.

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