Tanto a Previ quanto a Cassi estão sob rico, com propostas de mudança na legislação
Estão sendo realizados em todo o país encontros estaduais e regionais do funcionalismo, em preparação ao 32º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB), marcado para o dia 8 de agosto com o tema “Construindo juntos o futuro do Banco do Brasil”.
Tanto a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) quanto a Caixa de Assistência dos Funcionários do BB (Cassi) estão sob rico, com propostas de mudança na legislação e na regulamentação, como é o caso da Previ, e de desmonte partindo da própria administração, no caso da Cassi.
Durante os encontros, os diretores que representam os funcionários do BB, na Previ, apresentaram os dados positivos da entidade, desde o início de 2020, mostrando que, mesmo diante da crise provocada nos mercados financeiros pela Covid, a Previ alcançou bom desempenho.
“Isso deve-se à boa gestão dos investimentos e à estrutura de governança da Previ, liderada pelos associados e pautada no fortalecimento das linhas de defesa e segregação de funções, entre as diretorias. Esse formato, protege a entidade de ingerência política ou interesses de agentes de mercado”, explica Márcio de Souza, diretor de Administração.
O coordenador da Comissão de Empresa do Funcionalismo, João Luiz Fukunaga, reforça o alerta sobre as ameaças que pairam sobre o futuro não só do Banco do Brasil, quanto da Cassi e da Previ.
“Estamos passando por um momento de ataques na atenção à nossa saúde e à previdência complementar das trabalhadoras e trabalhadores, questões que dizem respeito diretamente à nossa qualidade de vida e das nossas famílias”, diz.
“A Cassi passa pela precarização constante do Plano de Associados com corte de credenciados e aumento abusivo da coparticipação. Uma inversão total de prioridades, porque a gestão da Cassi se orgulha de enaltecer superávit. Superávit formado sobre corte de benefícios e de atendimento. Além de ausência de transparência sobre os resultados efetivos da atenção à saúde primária, que de fato tem sido precarizada”, critica Fukunaga.
Ele acrescenta: “O plano Cassi Essencial faz parte de uma estratégia para esvaziar os planos já existentes (Cassi Família I e II) e a redução da corresponsabilidade do banco com a manutenção da Cassi e do Plano de Associados. É uma política de governo, visando liberar as empresas públicas do compromisso com a saúde dos aposentados e pensionistas no momento que as pessoas mais precisam. O objetivo final é a precarização total para facilitar a privatização”.
Mercado financeiro de olho no R$ 1,2 trilhão dos fundos fechados
Também a Previ, segundo o coordenador da Comissão de Empresa, está ameaçada com as propostas de mudança na legislação e na regulamentação dos planos que tramitam no Congresso Nacional e no CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar).
“A previdência complementar tem sofrido ameaças e muitos riscos pela postura do governo em abrir o mercado para as entidades abertas de previdência complementar. Na previdência complementar fechada, a previdência dos trabalhadores, os ativos de quase R$ 1,2 trilhão são cobiçados pelo mercado que as entidades abertas, comandadas por bancos e seguradoras, querem abocanhar com a conivência, ajuda e atuação firme do Ministério da Economia”, denuncia Fukunaga.
Esse tema foi tratado em profundidade na live dos Associados Previ de 22 de junho último, que contou com a participação do ex-diretor eleito de Seguridade da Previ Marcel Barros, hoje vice-presidente da Anapar (Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão), Marcel Barros, e representante dos associados no CNPC.
Em razão da gravidade da situação, Fukunaga defende que esses temas sejam discutidos não apenas nos encontros estaduais e no 32º Congresso do Funcionalismo, mas também em um encontro nacional de saúde e previdência a ser realizado ainda neste segundo semestre.