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12o Congresso da Fetec debate o futuro do trabalho bancário

3a Mesa do 12o Congresso da FETEC CUT SP debateu o futuro do trabalho bancário.

A presidenta da Federação, Aline Molina, iniciou o debate destacando a importância de as entidades representantes da categoria pensarem nas novas tecnologias, a negociação com os banqueiros e o formato da comunicação com a base.

Alexandro Tadeu do Livramento, dirigente do Seeb SP, militante da CTB, abordou a terceirização da categoria. ‘’A despeito da reforma trabalhista, nossa categoria foi a que menos sofreu com esse desmonte em decorrência da luta dos sindicatos’’.

‘’Organizar os trabalhadores terceirizados é de suma importância’’, disse Alexandre Caso, dirigente sindical bancário e militante da Intersindical. A reforma sindical é questão imprescindível nesse momento, de acordo com o dirigente. Para ele, o novo governo tem a missão de reverter todos os retrocessos dos últimos seis anos.
”Nossa categoria precisa acompanhar toda a agenda do Congresso Nacional. Precisamos lembrar que o orçamento secreto elegeu grande parte da extrema direita, mas a maioria é fisiológico e, com todas as dificuldades que teremos pela frente, Lula jamais terceiriza o governo como Bolsonaro fez por quatro anos. E nossa categoria vai, junto com Lula, fazer esse enfrentamento’’. 

Ivone Silva destacou a importante luta dos sindicatos contra o trabalho bancário aos finais de semana. ‘’É preciso ter empatia pelo trabalhador, mas quem defende a abertura de agências aos finais de semana, nunca trabalhou’’.

De acordo com o DIEESE, tivemos um saldo de 278 mil novos postos de trabalho. No entanto, a taxa de desemprego ainda é alta. ‘’Há um exército de pessoas subutilizadas ou enfrentando o desalento. Dos 99 milhões de ocupados, 47% têm carteira assinada, ou seja, a outra metade, sem carteira assinada, não têm nenhum direito e não contribui para o INSS’’.

Ramo financeiro
“Como representar o ramo financeiro e não somente a categoria bancária?” avalia Ivone.
De acordo com dados do Dieese, foram gerados 38 mil postos de trabalho neste ano, muitos dos quais criados em cooperativas, corretoras, agências de seguros e planos de previdência complementar.

Na categoria bancária foram criados somente 3.408 postos, ou seja, 8% de todo o ramo financeiro, comprovando o resultado de toda a terceirização. 
No último mês, um bancário que está sendo desligado recebe 6.700 e quem entra recebe 81% desse valor. ‘’Mais uma tentativa dos bancos em reduzir custos e direitos’’, informa Ivone.

 A despeito de toda dificuldade, a história demonstra o quanto a categoria bancária é organizada. ‘’Conseguimos alcançar conquistas como a jornada de 6 horas, e deixamos de trabalhar aos sábados em 1962. O auxílio-creche, por exemplo, foi resultado de muita luta e muita greve. E só conseguimos organizar o Comando Nacional na grande greve de 1985’’, relata a presidenta do Sindicato de SP.

Para evoluir na organização, Ivone sugere seminários nos sindicatos para debate detalhado de todos os temas. ‘’Quais são os direitos dos trabalhadores de plataformas como o Nubank, das fintechs que vieram pra ficar? Isso faz parte de uma reforma sindical. E esse será um enfrentamento grande com os patrões’’.

Para a presidenta do Seeb SP, toda a classe trabalhadora precisa discutir a redução de jornada. ‘’Nossa proposta é que a jornada semanal da categoria passe a quatro dias. Mas a realidade da grande maioria dos brasileiros está longe disso, e por isso nossa luta precisa ir muito além das nossas fronteiras’’. 
 

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