Problemas de saúde também atingem gestores que acabam cometendo condutas impróprias e agressivas
As condições de trabalho dentro das agências do banco do Brasil estão cada dia mais tóxicas. Isso está acontecendo em virtude de uma política de cobrança de metas abusivas e inacessíveis. Verdadeiros bombardeios de cobranças são realizados por todos os canais possíveis em vários horários, além das reuniões virtuais que acontecem diariamente. Essa prática está trazendo grandes prejuízos à saúde dos funcionários.
”Alguns gestores conseguem atenuar os impactos das cobranças, mas infelizmente muitos acabam ampliando e ultrapassando a linha do bom senso, chegando muitas vezes à prática de assédio moral. Isso tem acontecido com muita frequência nas agências, resultando em afastamentos por estresse e depressão”, informa o Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região.
Os problemas de saúde atingem também os próprios gestores que acabam cometendo condutas impróprias e agressivas.
O Sindicato destaca que na região de Jundiaí há dois casos de assédio moral denunciados pelo sindicato dos bancários. Um deles acontece há mais de dois anos em Várzea Paulista.
A entidade cobrou do banco uma solução para o problema, mas nada foi feito. ”A situação permanece a mesma”, contam os diretores do Seeb Jundiaí.
Outro caso acontece em Franco da Rocha, que também foi denunciado amplamente, mas nada mudou.
Recentemente a Gepes, órgão interno da diretoria de pessoas, procurou o Sindicato e informou que realizaram oitivas nas unidades, mas os funcionários não acionaram a ouvidoria interna, razão pela qual o banco não pode remover ou punir os gestores envolvidos.
”Essa resposta demonstra que existe uma política institucional de assédio moral na instituição. Exigir que as vítimas registrem internamente as denúncias dificulta que os casos venham à tona, pois elas já estão fragilizadas pela situação e ainda precisam se expor fazendo denúncia”, informa o Sindicato.
É do conhecimento do Sindicato que o banco argumenta sigilo nas ouvidorias, mas também é notório que tudo que um funcionário faz tem sua digital dentro de uma agência bancária. ”Na verdade, essa exigência é justamente para que as pessoas se calem e a política do assédio seja continuada”, conclui a direção do Sindicato.