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Sindicalistas debatem impactos da digitalização no sistema financeiro sobre trabalhadores

Encontro abordou os impactos da digitalização no setor financeiro sobre a classe trabalhadora, destacando a necessidade de ações coletivas, regulamentação adequada das plataformas digitais e a responsabilidade dos bancos na manutenção dos empregos.

Dirigentes de sindicatos de trabalhadores do setor financeiro da Argentina, Uruguai e Brasil participaram de um encontro promovido pela Uni Américas Finanças em Buenos Aires, Argentina. O encontro teve como objetivo discutir os impactos da digitalização no sistema financeiro sobre a classe trabalhadora.

Os participantes destacaram a necessidade de ações coletivas para combater os impactos negativos da digitalização no mercado de trabalho, pois as transformações ocorrem de forma acelerada e globalizada. Alertou-se que as tecnologias atuais têm o potencial de afetar não apenas empregos de baixa qualificação, mas também empregos de alta qualificação.

O encontro foi aberto pelo vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), Vinícius Assumpção, que abordou a importância do debate internacional em torno dos problemas enfrentados pelos trabalhadores do ramo financeiro. A velocidade é grande nas transformações e o sistema age globalmente. Por isso, a importância de agirmos da mesma forma, globalmente”

A difusão das novas tecnologias em setores específicos dificulta a busca de emprego devido aos intensos processos de transformação que muitos setores estão enfrentando.

Também foram abordados temas, como o impacto da digitalização do sistema financeiro discutido na primeira reunião tripartite na Organização Mundial do Trabalho (OIT), os desafios dos sindicatos na reestruturação financeira e os caminhos para lidar com a disruptura financeira.

O Dieese apresentou dados mostrando o fechamento de postos de trabalho e agências bancárias nos últimos anos, bem como a redução da sindicalização no setor financeiro brasileiro. A responsabilidade dos bancos na manutenção dos empregos e a redução da jornada de trabalho foram destacadas como formas de combater o impacto negativo da digitalização.

A “uberização” do trabalho, em que as plataformas digitais lucram com a mão de obra sem vínculo empregatício, também foi discutida. Os palestrantes ressaltaram a necessidade de responsabilizar as empresas detentoras dessas plataformas no campo do direito trabalhista, devido à relação de subordinação estabelecida por meio da gestão algorítmica.

No Brasil, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) criou um grupo de trabalho para debater propostas de regulamentação dos serviços das plataformas e garantia de direitos aos trabalhadores. Também foi mencionado que o Ministério do Trabalho e Emprego do governo Lula criou um grupo de trabalho tripartite para discutir o assunto.

 

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