O banco Santander lançou entre os seus funcionários e terceirizados uma campanha de doação de cestas básicas (junto à Ação Cidadania, que tem sede no Rio de Janeiro) a entidades assistenciais que atendem pessoas em situação de rua e com fome nesta pandemia. A atitude, nobre e solidária, todavia, não pode ser transformada em motivo para gestores assediarem, coagirem e pressionarem os bancários, conforme algumas denúncias de trabalhadores recebidas pelo Sindicato.
A campanha do Santander consiste na doação de valores a partir de R$ 25 (metade do valor de uma cesta básica). Quando o montante for suficiente para comprar 100 mil cestas, o banco doaria mais 100 mil (já doou 100 mil antes da campanha, o que totalizaria 300 mil cestas básicas).
“Tem de ficar bem claro que esta é uma ação voluntária. Recebemos denúncias de que gestores estariam exigindo de funcionários comprovantes de doação, como se aquilo fosse mais uma meta para determinada área ou setor. E isso é inadmissível, pois os trabalhadores estão já adoecendo aos montes com metas, cobranças, pressões e outros tipos de assédios”, enfatiza a dirigente sindical Ana Marta Lima, coordenadora do coletivo do Santander do Sindicato.
“Nós não somos contra ações voluntárias, pelo contrário, e o Sindicato, com inúmeros parceiros, participa de uma série delas nesta pandemia, para levar o mínimo de dignidade a quem mais precisa. Mas essa ação voluntária não pode virar uma competição entre áreas, com metas absurdas, uma competição para ver quem mais arrecada. Tem de ser voluntária, solidária, espontânea. E estamos cobrando do banco para que oriente os gestores, para que não haja esse tipo de abuso”, acrescenta a dirigente.