Um gerente geral de uma agência do Banco do Brasil surtou, pegou uma enxada e capinou as dependências externas da unidade em pleno feriado local. Mesmo tendo família, o gestor preferiu suar a camisa e executar uma tarefa que deveria ser realizada por profissionais contratados para este fim.
É uma atitude nada normal para um gerente geral, haja vista que capinar não faz parte das tarefas de um gerente de banco, ainda com agravante de ter sido executada em pleno feriado local, quando não há segurança na agência.
Infelizmente este fato é apenas uma das aberrações que o gestor tem cometido. Seu histórico é vasto e vai desde desligar geladeira na sexta-feira para economizar energia no final de semana até chantagear funcionários para autorizar benefícios que são direitos deles. Exemplo comum é quando alguém precisa pagar hora ou tirar folga, que só é concedida se o funcionário se comprometer a vender determinado produto. A marcação das férias deveria ser opção dos funcionários, mas nesta agência ele mesmo “sugere” e evita emendas com feriados ou folgas. Tudo para que o trabalhador se ausente o menos possível de suas atividades.
A cobrança de metas é realizada de maneira pouco didática, o que causa discussões calorosas e muitas vezes até gritaria. Os funcionários trabalham com sensação de vigilância o tempo todo, onde conversas animadas ou risadas podem ser repreendidas, assim como tempo no banheiro e na cozinha. Segundo um funcionário, “o ambiente na agência é totalmente insalubre!”
Lamentavelmente essa situação não é exclusividade dessa agência, isso se multiplica em muitos outros locais de trabalho por todo o país, onde gestores se transformam em algozes que adoecem funcionários e a si próprios! O adoecimento psíquico nem sempre é percebido, mas acaba sendo revelado através das atitudes do indivíduo, como fica evidente nesta história.
Nos últimos anos a direção do Banco do Brasil transformou a busca por resultados em pesadelo para todos os funcionários. Embora todos estejam no mesmo barco, são os gerentes que vivem em um processo de constante chantagem, pois a comissão da função que recebem pode ser subtraída a qualquer hora. É assim que a direção do banco consegue atingir lucros estratosféricos que enchem os bolsos de acionistas e deles próprios.
Segundo o diretor do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e funcionário do Banco do Brasil, Álvaro Pires da Silva, “o gestor, mesmo quando desempenha um papel tão deplorável junto aos funcionários, também é vítima do sistema do banco, infelizmente. A diretoria que tomará posse no início do ano precisa trazer novos horizontes para a política de crescimento do banco, fortalecendo as condições de trabalho e a saúde dos funcionários!”