O Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) voltam à mesa de negociação, no dia 11 de março, para debater o projeto de criação de um canal de atendimento para bancárias vítimas de violência. Trata-se de uma reivindicação da categoria bancária que foi acatada pela Fenaban em mesa de negociação no dia 19 de fevereiro. Na ocasião, a Fenaban ficou de elaborar uma proposta para ser discutida com os representantes dos trabalhadores, e é o que vai ocorrer na quarta11.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando, Ivone Silva, destaca que o canal é mais uma conquista da categoria, em especial das trabalhadoras. “A criação dos canais de atendimento às mulheres vítimas de violência é um avanço para ajudar as bancárias a romper o ciclo da violência. É uma reivindicação da categoria e vamos definir com a Fenaban os detalhes da proposta na próxima semana”, diz a dirigente, acrescentando que a ideia é que o acordo seja assinado ainda no mês de março, em que se celebra o Dia Internacional da Mulher.
Ivone lembra que o Sindicato já foi pioneiro ao implementar uma ação concreta para abordar o tema: lançou em dezembro de 2019 um serviço de atendimento jurídico a mulheres vítimas de violência. “Somos pioneiros na criação do projeto ‘Basta! Não irão nos calar’, com atendimento jurídico às mulheres vítimas de violência doméstica, que começou a funcionar em janeiro deste ano. Atuamos em parceria com a Rede Municipal de Enfrentamento à Violência Doméstica, atendendo a demandas jurídicas que não podem ser absorvidas pela Defensoria Pública. É uma contraofensiva do movimento sindical contra o atual retrocesso político e social”, ressalta.
Censo da Diversidade
Na mesa de negociação de quarta-feira 11, a Fenaban também deve apresentar os dados do 3º Censo da Diversidade Bancária.
Conquista da categoria na Campanha Nacional de 2018, o Censo vai atualizar os dados do último levantamento, divulgado em 2014, com um perfil da categoria por gênero, raça e PCDs.
O objetivo é que, munidos desses dados, o movimento sindical bancário possa propor e cobrar dos bancos políticas de valorização e de promoção da igualdade de oportunidades nos bancos, um setor no qual mulheres ainda ganham menos que os homens (em 2014 elas ganhavam em média 77,9% do salário médio dos bancários) e ocupam menos postos de chefia; e em que negros, negras e PCDs ainda são minoria.
O questionário ficou disponível para ser respondido por bancários e bancários de todo o país de agosto a novembro de 2019.
Agentes da Diversidade
Esta última versão do Censo da Diversidade foi além das duas anteriores e realizou uma campanha de sensibilização da categoria para o tema, que inclui a formação de agentes da diversidade nas agências e departamentos bancários. Ou seja, cidadãos que contribuam para o debate e promoção do respeito à diversidade e para o fim da cultura do ódio.