Referência nacional de luta, resistência e cidadania
Foto: Augusto Campos, primeiro a presidir a FETEC-CUT/SP (com Tita Dias, Luiz Azevedo e Luiz Gushiken)
A FETEC/CUT-SP celebra seus 35 anos consolidada como uma das federações trabalhistas mais atuantes e articuladas do país.
A história, que começou com oito sindicatos, hoje reúne 14 entidades filiadas, representando cerca de 150 mil bancários no estado de São Paulo, com uma trajetória marcada pela força de mobilização de sua base, articulação política e uma trajetória de muita luta e muitas conquistas.
Fundada em 9 de dezembro de 1989, a FETEC-CUT/SP, entidade sindical de grau superior, foi a primeira federação cutista do ramo bancário no país, criada com a missão de ampliar, articular e fortalecer a organização da categoria sob um novo paradigma de liberdade e autonomia sindical.
Desde então, foram incontáveis lutas e desafios, com muitos ataques sofridos pelos trabalhadores. Muitos obstáculos foram superados, enquanto outros trouxeram aprendizado e mostraram novos caminhos.
Entre os marcos dessa trajetória, destacam-se a consolidação da CUT e da CNB, Confederação Nacional dos Bancários (antecessora da Contraf/CUT), a conquita da CCT, Convenção Coletiva Nacional dos Bancários, a resistência contra as privatizações e a luta contínua por melhores condições de trabalho, defesa da garantia e ampliação dos direitos.
A FETEC/CUT-SP, além de atuar na defesa da categoria bancária, sempre se posicionou em favor da sociedade, denunciando a desigualdade, a violência e lutando pela democracia no país. Essa postura contribuiu para a eleição de bancários na representação política nos âmbitos municipal, estadual e federal.
Com base nessa atuação, a FETEC-SP criou o conceito de “Sindicato Cidadão”, incentivando sindicatos filiados a expandirem suas ações para além das demandas trabalhistas. Um conceito que promove o engajamento dos sindicatos em iniciativas locais, promovendo melhorias regionais e maior qualidade de vida para os trabalhadores e suas comunidades.
Ao longo desses 35 anos, a FETEC manteve firme compromisso com os princípios da CUT, lutando por emprego, salários e melhores condições de vida e trabalho para além da categoria bancária.
Aline Molina, presidenta da entidade, afirma que a missão da FETEC/CUT-SP é de luta constante, enfrentando os novos desafios trazidos pelas mudanças no mundo do trabalho e da sociedade.
‘’A representação dos trabalhadores do setor financeiro continua firme, com o compromisso de lutar por um país mais justo e sem desigualdade social’’.
A história da FETEC São Paulo é linda. É uma história emocionante de união, paixão e muita resistência. É uma saga que começa logo após os 21 anos mais longos da nossa história. Um período que assombrou, torturou e silenciou muita gente nossa.
Uma fase em que a classe trabalhadora, junto aos movimentos populares, se tornaram o principal alvo de perseguição dos militares, porque ia para o enfrentamento nas ruas, organizava greves e se colocava na linha de frente das manifestações.
A coragem desses homens e mulheres era a força pulsante da resistência contra um regime que sufocava a liberdade e a esperança do povo brasileiro.
Para piorar o cenário, o governo golpista adotou medidas desastrosas, estrangulando os salários e precarizando as condições de trabalho, com jornadas exaustivas.
Os sindicatos, pilares de luta e organização, foram desmantelados. Desaparecer com quem ousava levantar a voz era uma prática sistemática da ditadura.
Mas mesmo em meio a toda essa repressão, a chama da resistência nunca se apagou. Os trabalhadores lutaram não somente contra a repressão, mas por emprego, dignidade e contra o sindicalismo de fachada.
Mesmo debaixo de tanta violação de direitos, a classe trabalhadora conseguiu resistir.
E foi nesse contexto, no despertar da redemocratização, que nasceu a ideia de fundar uma federação capaz de fortalecer, mobilizar e unificar os sindicatos da capital e do interior paulista.
A FETEC SP surgiu como um farol, consolidando a oposição onde ainda prevalecia o peleguismo e dando voz a quem lutava por liberdade, igualdade e justiça social.
É de fato emocionante imaginar que tivemos pioneiros e pioneiras tão valentes para pavimentar essa trajetória de uma luta árdua, mas muito vitoriosa.
Precisamos render homenagens a todos esses homens e mulheres que nos abriram as portas, e no caso especial da FETEC, aos companheiros Augusto Campos, José Pinheiro, Tião e Alemão, que me antecederam nessa trajetória espinhosa e fascinante.
É preciso agradecer aos bancários e bancárias que há anos lutam em cada sindicato de suas bases para apoiar, formar, organizar e fortalecer essa categoria que já se tornou uma referência de luta e mobilização dentro e fora do país.
Parafraseando nosso querido e saudoso Tião, terceiro a presidir a FETEC-CUT/SP: “Precisamos ser eternos descontentes para que o processo de transformação seja constante.”
Essa frase resume a essência da FETEC São Paulo: uma jornada incansável em busca de liberdade, justiça e dignidade para todos e todas.
É de fato uma grande honra fazer parte dessa história tão marcante.
Vida longa à FETEC-CUT/SP
Aline Molina – Presidenta da FETEC-CUT/SP
Em 1º de abril de 1964, forças políticas conservadoras, aliadas a setores reacionários das Forças Armadas e apoiadas pelo imperialismo norte-americano, derrubaram o governo constitucional do presidente João Goulart, encerrando um período de intensa mobilização popular. Tinha início a ditadura civil-militar, que duraria mais de 20 anos.
Os trabalhadores organizados e seus sindicatos foram um dos principais alvos do regime ditatorial. Centenas de entidades sindicais sofreram intervenção governamental, incluindo o Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Entre as primeiras medidas da ditadura, houve a cassação dos direitos políticos de 376 bancários do Banco do Brasil e de outros militantes e sindicalistas por dez anos. Além disso, o regime introduziu mudanças significativas que impactaram duramente os trabalhadores, especialmente os bancários, como a instituição do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que eliminou a estabilidade no emprego; a extinção do IAPB; e a reforma bancária, que permitiu a formação de grandes conglomerados financeiros.
Os sindicatos, inclusive o dos bancários, foram duramente acuados pelo regime repressivo da ditadura, especialmente após o Ato Institucional nº 5, em dezembro de 1968. Esse contexto levou muitas dessas entidades a uma postura omissa e de colaboração com o governo e empresários. Embora as bases pressionassem por mobilização, as direções sindicais frequentemente buscavam conter o descontentamento com a política de recessão e arrocho imposta pela ditadura aos trabalhadores.
As greves dos metalúrgicos do ABC e de São Paulo no final dos anos 1970 recolocaram os trabalhadores no cenário público nacional. Em um contexto de luta pela redemocratização do país, as ações da diretoria do Sindicato dos Bancários de São Paulo durante a greve de 1978 seriam a gota d’água para a categoria.
Em 1979, após a situação ter adiado as eleições sindicais programadas para 1978, a Oposição Bancária venceu o pleito, sob a presidência de Augusto Campos.
Naquele ano, após um Congresso Municipal para definir as reivindicações, a nova direção do Sindicato deu início à campanha salarial. Frente às recusas dos banqueiros, a greve foi declarada em setembro com violenta repressão policial e tumulto no centro de São Paulo, levando ao encerramento da paralisação e à cassação do mandato de quatro diretores pelo Ministério do Trabalho. E embora algumas pequenas conquistas tenham sido alcançadas, a greve foi marcada por insucessos.
Por outro lado, a experiência adquirida nesse movimento permitiu ao maior Sindicato de bancários do país avançar no conhecimento do cotidiano de sua base, na organização dos locais de trabalho, na coordenação nacional da categoria e no diálogo com a sociedade para a obtenção de seu apoio.
A Lei nº 4.330, conhecida como Lei Antigreve, é aprovada pelo Congresso e sancionada pelo general presidente Castelo Branco. Tornou praticamente impossíveis as paralisações de trabalhadores tantas eram as exigências previstas no texto. Uma paralisação teria de ser aprovada pelo voto secreto de dois terços da categoria em dois turnos, com intervalo de um mês entre eles.
Uma das primeiras medidas do regime militar foi o banimento do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), organização intersindical nacional influenciada pelo PTB e pelo PCB que tinha grande poder de mobilização dos trabalhadores urbanos. Sindicatos importantes sofreram intervenção, dirigentes foram depostos, demitidos e presos, quebrando a espinha do movimento sindical.
O Brasil só voltaria a ter uma organização intersindical, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), 19 anos depois.
Ditadura proíbe paralisação de petroleiros, bancários e servidores
Governo baixa o decreto-lei 1.632/78, que proíbe as greves no serviço público e em vários setores da economia, sujeitando os grevistas a demissão e até a prisão e enquadramento na Lei de Segurança Nacional. Foram proibidos de fazer greve bancários, petroleiros, trabalhadores dos setores de energia, comunicação, transporte, saúde e de empresas de água e esgoto, entre outros.
O decreto-lei foi a resposta da ditadura ao avanço do movimento sindical, evidente desde maio com a greve dos metalúrgicos do ABC. Os alvos diretos eram as categorias dos bancários e petroleiros, mais organizadas e lideradas, em muitos locais, por sindicalistas independentes – que não tinham ligações com partidos políticos ou governos.
O decreto estendia aos grevistas punições que, pela lei antigreve em vigor, alcançavam apenas os dirigentes sindicais. Apesar da ameaça, os trabalhadores iriam desafiar, nos meses seguintes, o novo instrumento de força dos patrões e da ditadura.
Os militares deixaram de governar o Brasil, mas sua política econômica de arrocho salarial e inflação alta persistiu no governo da Aliança Democrática, que congregava PMDB e PFL.
A situação era tão grave que o Sindicato de São Paulo chegou a incluir em sua pauta de reivindicações o reajuste trimestral dos salários, em decorrência da crise inflacionária e o caos em que estava o país, investindo na organização nacional dos bancários,que desde 1982 já haviam unificado suas datas-base. Igualmente, trabalhou para conquistar a opinião pública em suas causas, caracterizando o banqueiro como o “inimigo público número 1”: aquele que aviltava seus funcionários e desprezava seus clientes.
Na campanha salarial de 1985, diante da intransigência dos banqueiros que prolongavam as negociações, os sindicatos mobilizaram a opinião pública para a greve, que ocorreu em 11 de setembro. Foi a primeira paralisação nacional dos bancários desde a década de 1960 com ampla visibilidade e apoio popular.
Entre os anos de 1983 e 1984, os brasileiros, nos sindicatos e nas ruas, disseram não à ditadura. Meses depois da fundação da CUT, em um comício, no dia 27 de novembro, em frente ao estádio do Pacaembu, na cidade de São Paulo, teve início o movimento das Diretas Já, que durante meses levou milhões de brasileiros às ruas e praças públicas. Mesmo com a derrota do movimento e a eleição indireta de Tancredo Neves e José Sarney pelo Colégio Eleitoral, as Diretas Já! representaram o golpe final na ditadura. A categoria bancária teve participação ativa nesse movimento.
800 mil trabalhadores fecham agências em todo país por melhores salários
Luiz Gushiken, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, durante ato da categoria na greve de 1987
Bancários de todo o país iniciaram uma greve, atingindo instituições bancárias públicas e privadas. A estimativa é de que 800 mil trabalhadores, cerca de 80% da categoria, cruzaram os braços em todo o Brasil. A principal reivindicação dos grevistas era um aumento de 100% no piso salarial, defasado por conta dos altos índices inflacionários do período. Após nove dias de paralisação, o movimento terminaria sem obter nenhum vantagem, apesar da forte demonstração de força e organização dos bancários.
Entre 1986 e 1988, os bancários participaram de forma ativa no processo da Constituinte. Esse processo se deu através da atuação do Comitê Bancário em Defesa do Povo na Constituinte, onde foram travadas discussões a respeito dos temas de interesse da categoria e também na participação em atividades de divulgação e coleta de assinaturas para as emendas populares.
A eleição de Luiz Gushiken, ex-presidente do Sindicato de São Paulo, como deputado federal constituinte, marcou a presença da categoria na elaboração da nova Carta. Portanto, os bancários atuaram ativamente nos debates sobre as eleições diretas para presidente, os direitos dos trabalhadores, liberdade e autonomia sindical, não pagamento da dívida externa, reforma agrária e urbana, estatização do sistema financeiro, bem como em outras questões fundamentais para a cidadania.
As eleições presidenciais de 1989, que elegeram Fernando Collor de Mello, marcaram a ascensão do neoliberalismo no Brasil, com políticas de redução do papel do Estado e cortes nos direitos sociais. O governo Collor iniciou com um pacote econômico que resultou em arrocho, desemprego e inflação, levando os bancários e outros trabalhadores a responderem com greves e mobilizações.
Em maio, a CUT convocou uma greve geral, e em setembro de 1990 os bancários, com o mote ‘’Essa Primavera Tem Que Ser Nossa!”, realizaram uma paralisação nacional de 13 dias, conquistando antecipação salarial e 105% de reajuste e outras vitórias.
Em 1991, pela primeira vez, os bancos privados fecharam acordo sem recorrer à Justiça do Trabalho, após uma greve de três dias.
Em 1992, denúncias de corrupção levaram a uma ampla mobilização social, com forte participação dos bancários, contribuindo para o impeachment de Collor.
Fonte: Seeb SP (100 anos do Sindicato de São Paulo)
“O caminho ficou muito tempo fechado, o mato cresceu e está impedindo os trilhos. Agora, estamos apenas cortando o mato e desobstruindo a linha”.
Lula, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em 1978
O Novo Sindicalismo nasceu em resposta à repressão da ditadura militar, que desde o golpe de 1964 perseguiu lideranças, interveio em sindicatos e impôs o arrocho salarial. A extinção do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) e a cassação de sindicalistas marcaram o início de uma fase de repressão intensa.
Entre 1964 e 1974, o salário mínimo perdeu 42% de seu valor de compra e o direito à estabilidade foi substituído pelo FGTS para enfraquecer a organização dos trabalhadores.
As greves do ABC encorajaram mobilizações de diversas categorias que já vinham se organizando em todo o país.
O processo de fortalecimento dos sindicatos, das comissões de fábrica e de construção de uma Central Única dos Trabalhadores ganhou impulso em outubro de 1978, nos debates do 3º Congresso do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, que discutiu o tema “Estrutura Sindical Brasileira”. A greve do ABC em 1980 marcou uma nova etapa na história do Brasil. Durante a paralisação, 300 mil metalúrgicos cruzaram os braços no Estado de São Paulo
A mobilização de milhares de homens e mulheres que participaram da construção do Novo Sindicalismo teve um papel fundamental na luta pela redemocratização do Brasil.
Um movimento que foi muito além da reivindicação por melhores salários mostrando que a classe trabalhadora estava decidida a ser protagonista na luta contra a ditadura, lutando por seus direitos, pela liberdade de organização, pela justiça social e, sobretudo, por dignidade.
O processo de fortalecimento dos sindicatos, das comissões de fábrica e de construção de uma central sindical única dos trabalhadores ganhou impulso em outubro de 1978, nos debates do 3º Congresso do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, que discutiu o tema “Estrutura Sindical Brasileira”.
Num cenário de profundas transformações políticas, econômicas e culturais, protagonizadas essencialmente pelos movimentos sociais, surge o “novo sindicalismo”, com a retomada do processo de mobilização da classe trabalhadora.
Essas lutas, lideradas pelas direções sindicais contrárias ao sindicalismo corporativo, deram origem à CUT, Central Única dos Trabalhadores, resultado da luta de décadas de trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade pela criação de uma entidade única que os representasse.O nascimento da CUT como organização sindical brasileira representa mais do que um instrumento de luta e de representação real da classe trabalhadora, um desafio de dar um caráter permanente à presença organizada de trabalhadores e trabalhadoras na política nacional. A CUT é hoje a maior central sindical da América Latina e a quinta maior do mundo.
Criada pela base
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), foi a primeira central sindical criada após o golpe de 1964 e a primeira no país a ser lançada pela base. Reunidos por três dias em São Bernardo do Campo (SP), na antiga sede da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, 5.059 delegados de 912 entidades sindicais elegem a primeira direção provisória da entidade, com mandato de um ano, tendo como presidente Jair Meneghelli, metalúrgico de São Bernardo. A fundação da CUT ocorreu dois anos depois de ter sido aprovada na 1ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat).
A história do ‘’Novo Sindicalismo’’ foi tema do Seminário ‘’Sindicalismo Contemporâneo: Um despertar para novos desafios’’, realizado pela FETEC SP, em novembro de 2023, com a presença de lideranças que marcaram a mudança de pensamento e atuação dentro do sindicalismo nacional
A criação da FETEC/CUT-SP em 1989 revitalizou a organização dos bancários, levando a uma centralização das negociações que antes eram regionalizadas. A federação facilitou e articulou a reunião de representantes sindicais com o setor patronal em uma única mesa de negociação nacional, levando a um rompimento com a estrutura oficial representada pela CONTEC, em 1991, por desrespeito às deliberações dos congressos.
Esse rompimento resultou na formação da Confederação Nacional dos Bancários da CUT (CNB/CUT) em 1992 e na assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), um acordo nacional unificado para bancários de bancos privados e alguns públicos, superando as dificuldades iniciais como a falta de reconhecimento da CNB/CUT pelos banqueiros e a resistência dos sindicatos em abdicar de seu poder de negociação.
A CCT foi um marco na luta da categoria, proporcionando um acordo único para todos os bancários e bancárias , independentemente da região, e abrindo caminho para novas vitórias, como o auxílio alimentação e a inclusão na Participação nos Lucros e Resultados.
A primeira federação cutista de bancários do Brasil foi fundada em 9 de dezembro de 1989.
A assembleia de fundação contou com representantes dos sindicatos de Araraquara, Bauru, Bragança Paulista, Catanduva, Guarulhos, Jundiaí, Limeira e São Paulo
A reunião que celebrou o estatuto da FETEC-CUT/SP aconteceu no Rancho de Francisco Belíssimo, o Chico Belo, (na época, presidente do Seeb Catanduva), às margens do Rio Turvo, na cidade de Catanduva, interior de São Paulo.
A FETEC-SP foi criada para expandir os ideais da CUT, que emergiram na década de 1970 com o apoio dos Bancários de São Paulo e da ideia do Novo Sindicalismo que nasceu nas greves do ABC.
Para além da representação da categoria, a entidade também foi criada para ser um poderoso instrumento de luta da classe trabalhadora, com projetos de mobilização e articulação permanentes.
O papel da FETEC era também de confrontar a estrutura sindical da época, marcada pelo peleguismo, de caráter arcaico e antidemocrático, e, claro, gerando grande descontentamento também nas demais categorias.
A FETEC SP se organizou para ampliar a representação sindical possibilitando a extensão dos direitos garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho para todos os trabalhadores do ramo financeiro.e
A primeira sede foi instalada numa sala da rua do Comércio, no prédio do Sindicato dos bancários de São Paulo e servia de referência para que sindicalistas da capital e do interior desenvolvessem suas discussões de trabalho.
Em março de 2004, após muitas batalhas jurídicas, a FETEC SP foi oficialmente reconhecida como entidade representativa dos bancários cutistas de São Paulo. Esse reconhecimento fortaleceu a disposição de novas lutas, como a unificação entre bancários de bancos públicos e privados, que resultou em conquistas salariais e melhorias nas condições de saúde e trabalho da categoria.
A FETEC/CUT-SP lutou bravamente contra a privatização da Nossa Caixa, o último banco estatal de São Paulo, apresentando questionamentos jurídicos para barrar irregularidades no processo de abertura de capital e lutando com toda sua base para manter o banco que sempre foi um ilmportante instrumento de desenvolvimento regional.
Em 20 de novembro de 2000, o governo de Fernando Henrique Cardoso concluiu a privatização do Banespa, após seis anos de intensa resistência sindical. Apesar das ações judiciais, grandes manifestações e o imenso apoio popular, o Banespa foi vendido ao Banco Santander.
Essa luta prolongada garantiu aposentadoria a muitos funcionários e deixou evidente a transferência de riqueza para o capital estrangeiro, marcando uma importante batalha na história sindical.
Pioneira na organização dos sindicatos cutistas do Ramo Financeiro, desde sua fundação, a FETEC tem sido uma verdadeira célula de proteção e formação sindical, fornecendo estrutura, suporte e articulação aos sindicatos de sua base. Sob os princípios cutistas, seu papel inclui a formação de dirigentes e o fortalecimento organizacional para todos os sindicatos, em especial à base do interior paulista.
Mais do que apenas representar uma categoria, a FETEC-CUT/SP estende sua luta aos terceirizados que, embora realizem as funções de um trabalhador bancário, enfrentam condições precarizadas e sem os direitos conquistados pela categoria. Para a direção da FETEC, as relações humanas são centrais, e garantir a dignidade de todos os trabalhadores é uma missão contínua.
‘’A criação da FETEC é resultado de uma luta conjunta de trabalhadores que se opunham à postura subserviente dos sindicatos, principalmente durante a ditadura. Alinhada ao que propõe a CUT, a FETEC fundou uma estrutura baseada no debate político e na luta coletiva. E, sem dúvida, a CUT foi crucial para fortalecer e legitimar a trajetória de resistência da FETEC-CUT/SP, que se tornou a primeira federação bancária filiada à Central Única dos Trabalhadores’’.
Aline Molina, presidenta da FETEC-CUT/SP
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Caravanas
percorridos (5 mil por caravana)
nacionais
Que vamos achar
Criadas em 1994, as caravanas já percorreram mais de 125 mil quilômetros nas 14 cidades base da FETEC.
Fortalecer o diálogo regional com as bases e a população sobre o papel dos bancos e seu impacto na sociedade. Destacar a importância dos bancos no desenvolvimento social. Divulgar a importância das campanhas salariais. Abordar o valor da luta trabalhista por melhores condições de trabalho e por justiça social. Esses temas foram o impulso para a criação de um movimento que reunisse todas as bases com o objetivo de potencializar a organização e articulação de cada regional de sindicatos do Estado. Essa ideia louvável, elaborada por um coletivo de lideranças da categoria, deu vida a uma das maiores mobilizações de bancários do país: as Caravanas da FETEC.
Desde seu lançamento, em 1994, as Caravanas já rodaram mais de 125 mil quilômetros nas 14 cidades de sua base. Esse contato direto com trabalhadores e a população proporciona uma leitura local de cada região, criando espaço para um diálogo mais profundo sobre temas que afetam toda a sociedade, como privatizações, assédio moral e sexual, violência contra a mulher e questões que impactam cada cidade.
As caravanas da Fetec envolvem todos os dirigentes sindicais bancários cutistas. Tradicionalmente ela começa na capital paulista e depois percorre as demais cidades do interior, que tem sindicatos filiados em Araraquara, Assis, Barretos, Bragança Paulista, Catanduva, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi das Cruzes, Presidente Prudente, Taubaté, Registro e Santo André.
‘’É emocionante ver o quanto os sindicatos anfitriões se preparam para receber a Caravana. É uma manifestação que chama a atenção pela criatividade e carisma, levando teatro, música e muita cor para as áreas centrais das cidades, atraindo os cidadãos para o diálogo, para o debate sobre a importância dos bancários e bancárias na vida cotidiana’’, afirma Ana Lúcia.
Essa grande mobilização, que ocorria anualmente e passou a acontecer de forma bianual a partir do Acordo de Dois Anos, promove a Campanha Nacional dos Bancários, reverberando não somente as reivindicações da categoria, mas amplificando a voz de trabalhadores de outros segmentos e também dos movimentos sociais.
Confira mais sobre as Caravanas da FETEC SP no link https://www.fetecsp.org.br/tag/caravanas/
A comunicação eficaz é essencial para mostrar aos trabalhadores e à sociedade a importância vital dos sindicatos na luta pela ampliação e garantia de direitos. Adaptando-se às constantes transformações midiáticas e tecnológicas, nossa comunicação tem alcançado resultados que superam as expectativas, consolidando o diálogo com a base e ampliando nossa influência.
Desde sua fundação, a FETEC sempre valorizou a comunicação como uma ferramenta estratégica para mobilizar e informar. Além dos jornais e informativos distribuídos pela entidade desde sua fundação, um marco nesse processo foi a criação do ‘’FETEC FAX’’, um informativo semanal que rapidamente evoluiu para edições diárias, fortalecendo o fluxo de notícias com os sindicatos.
‘’Nosso projeto de imprensa foi igualmente essencial, com revistas e jornais que aproximaram os trabalhadores das discussões mais relevantes. Com o tempo, expandimos nossa presença para o site e as redes sociais, que recentemente passaram por uma reestruturação completa para acompanhar as novas demandas digitais’, destaca Willame Lavor, atual secretário de Imprensa da FETEC.
A FETEC segue comprometida em inovar sua comunicação, expandindo o alcance de suas mensagens e reforçando o compromisso com a luta coletiva em todas as plataformas e canais.
O conceito de Sindicato Cidadão, concebido há mais de 30 anos pela CUT Nacional, tem como proposta incentivar os sindicatos a lutarem por melhores salários e condições no local de trabalho, mas também por qualidade de vida para os trabalhadores e suas comunidades, estimulando a participação popular nos rumos políticos da sociedade.
Seguindo esse conceito, a atuação da FETEC e sua base se expandiu nas cidades, promovendo , apoio aos movimentos sociais e a participação efetiva das direções na vida social e política local das cidades, a exemplo dos conselhos municipais.
Desde sua criação, os sindicatos atuam auxiliando suas regiões em várias ações, como catástrofes em climáticas, com entrega de roupas e cestas básicas, além de apoio às ongs locais.
José Pinheiro Miranda, segunda a presidir a FETEC, conta que os sindicatos da base da federação sempre tiveram ciência de que não seria possível avançar sem que a população reconhecesse a importância do trabalhador bancário, especialmente porque os bancos nunca se preocuparam em tratar bem seus funcionários, seus clientes e a comunidade ao redor. ‘’A precarização sempre fez parte da história dos bancos. Por isso, entendemos que muitos dos temas que abordávamos, dentro e fora das mesas de negociação, estavam diretamente ligados à cidadania, porque tragédias, falta de segurança, insegurança alimentar e problemas com transporte público afetam diretamente a categoria. O Sindicato Cidadão é um projeto que enxerga o cidadão em sua totalidade’’, explica José Pinheiro de Miranda, presidente da FETEC de 1996 a 1999.
Um dos avanços mais significativos do projeto na atualidade foi a inclusão da saúde dos trabalhadores como tema prioritário nas mesas de negociação, demonstrando que o sindicalismo se alinha diretamente com a defesa dos direitos humanos, como ocorreu durante a pandemia com o movimento sindical lutando para garantir a vida e os direitos dos trabalhadores, reforçando o compromisso dos sindicatos com a defesa dos direitos humanos, especialmente durante a pandemia, quando o movimento sindical lutou para proteger a vida e os direitos dos trabalhadores.
Augusto Campos, fundador da FETEC-CUT/SP e o primeiro sindicalista a presidi-la desde a direção provisória de 1989 a 1996
Augusto Campos foi eleito presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região durante o movimento que ficou conhecido como “retomada”, quando a entidade se livrou das amarras impostas pela ditadura que dominou o país entre 1964 e 1985.
Sob seu comando, em 1979, foi organizada a primeira greve da categoria em décadas, ainda durante o regime militar e sob forte repressão.
“Naquele período, éramos órfãos e, mesmo assim, peitamos tudo o que estava estabelecido. Não aceitávamos o modo de atuação da época, tanto nas negociações com os banqueiros, como o de compor direções. Mesmo diante de uma ditadura que matava e torturava, nos articulamos no Estado de São Paulo e foi assim que ganhamos novos sindicatos”.
“Nunca devemos nos enquadrar no esquema. Devemos, sim, ter sempre claro o conceito de classe trabalhadora e não ter medo de ir para as ruas fazer a disputa”
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Lula sobre Augusto Campos
“Sua liderança deixou um legado não somente para a categoria dos bancários, mas ajudou a fortalecer a luta dos trabalhadores de todo país”, disse o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. “Augusto Campos foi e continua sendo um companheiro inesquecível de lutas. Tive o prazer de ser presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC quando ele, depois de nove anos na oposição sindical, derrotou o peleguismo e foi eleito presidente do Sindicato dos Bancários, entidade que ele transformou. Depois, participou da fundação da CUT e do PT. Augusto Campos jamais será esquecido”.
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A FETEC carrega muito de Augusto Campos em sua concepção
‘’O Augusto Campos tinha uma capacidade de organização impressionante. A primeira impressão é de que ele não estava nos ouvindo. Mas ele estava sim. Estava elaborando tudo. Tinha uma paciência infinita. Era destacadamente diferente. Capacidade de pensar longe, de alavancar propostas coletivamente. De pensar em estratégias não só para a categoria, mas para a sociedade. Tinha conhecimento profundo da estrutura sindical e das relações. Era um amigo presente. Tenho lembranças muito boas. Produzia soluções muito estratégicas e a gente se perguntava: como não pensamos nisso antes? A FETEC tem muito do Augusto em sua concepção. De respeito aos debates, de respeito às lideranças e de reconhecimento da importância do coletivo.
José Pinheiro, que sucedeu Augusto Campos em 1996
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Augusto foi decisivo para renovar a estrutura sindical com a criação da FETEC
“A Fetec quebrou, junto com a CNB, Contraf-CUT, a estrutura sindical da pelegada. Ele trouxe uma nova cultura dentro da categoria de investir na luta e organização de base, e estimulou os sindicatos a atuarem além da relação capital e trabalho, participando das discussões que envolvem as comunidades e a sociedade”
Ricardo Berzoini
José Pinheiro de Miranda, presidente da Fetec-CUT/SP entre 1996 e 1999
A FETEC foi se construindo com as experiências dos sindicatos. E descobriu o espaço para sua fundação nesse trabalho coletivo de troca de informação, de experiências diferenciadas, de socialização rápida de informação em sua base. Era importante criar um órgão de disseminação dos debates. Ouvir de Prudente ao Vale do Ribeira experiências de vida totalmente diferentes em um mesmo banco para construir políticas que retornassem para a categoria em direitos, em condições de trabalho. Abriu-se um espaço mais amplo para se pensar para onde iria o trabalho, o trabalhador e a CUT. A FETEC conseguiu socializar tudo isso e estar no centro de todos os debates, das negociações coletivas, na CCT, que foi um processo muito difícil.
A FETEC também tem sido um celeiro de lideranças. A entidade já se justificaria por isso. Temos hoje dirigentes que surgiram nas regionais e se consolidaram, inclusive para fora da estrutura sindical.
Acredito que a FETEC-CUT/SP tenha cumprido um importante papel, devendo agora traçar um novo rumo para atuar dentro da nova realidade, com o propósito de avançar no projeto cutista
José Pinheiro de Miranda, presidente da Fetec-CUT/SP entre 1996 e 1999
Sebastião Geraldo Cardozo, o Tião foi presidente do Sindicato dos Bancários de Araraquara por duas gestões (1987-1990/1993-1996).
Presidiu a FETEC-CUT/SP de 1999 a 2009.
Em janeiro de 2009, assumiu a presidência da CUT-SP para conduzir o processo de transição até a realização do 12º Cecut, quando foi eleito secretário Geral da CUT/SP para a gestão 2009/2012. No 13º CECUT, foi reeleito ao mesmo cargo.
No 14º Cecut foi eleito vice-presidente da CUT-SP (2015-2019).
Em 2015, recebeu o 1º Prêmio Luiz Gushiken, no Dia Municipal do Bancário, na Câmara Municipal de Araraquara.
‘’A FETEC SP não foi criada como mera entidade de representação, mas sim para fazer o encaminhamento do projeto de classe trabalhadora desencadeado na década de 70 por iniciativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo juntamente com os Metalúrgicos do ABC. E foi esse entendimento por parte de todos os atores envolvidos que permitiu a consolidação da federação cutista
Só que não podemos achar que o fato de termos reeleito um trabalhador para a presidência da República conclui esse projeto. Na verdade, o nosso projeto ultrapassa esse viés enquanto classe trabalhadora e a FETEC SP é uma peça dessa engrenagem muito grande’’
‘’O grande papel da FETEC SP é fazer o projeto avançar não por mero descontentamento, mas por meio de ações transformadoras’’
“Tivemos que aprender a realizar o trabalho sindical diante de um governo que ajudamos a eleger. Enfrentamos fortes ataques ao projeto democrático-popular ao mesmo tempo em que precisamos dar respostas à classe trabalhadora. É uma tarefa que requer esforço concentrado e conjunto, por meio do reforço da luta em nosso dia a dia”
Luiz César de Freitas, o Alemão, presidiu a Fetec-CUT/SP de 2009 a 2015
Presidiu o Sindicato de Catanduva de 2001-2004 / 2004-2007 / 2007-2011
A FETEC tem na sua história muitos exemplos de iniciativas, criatividade e ações de seus dirigentes e do conjunto da base que pensou num formato de organização, e unida à organização nacional, a entidade também se consolida nesses 35 anos ao participar desses processos ao ser, por exemplo, representante no Comando Nacional, promovendo o reconhecimento da importância e da força do conjunto dos nossos sindicatos.
Enquanto houver bancários, enquanto houver trabalhadores, enquanto houver injustiça, a FETEC vai persistir e existir.
Chega aos 35 anos como uma jovem lutadora representando muito bem os trabalhadores
Desafios:
“Os últimos anos foram de potencialização da ação política de cada sindicato na luta por avanços nas conquistas, o que tem possibilitado mais qualidade de vida e melhores condições de trabalho para os bancários. No período recente, também conquistamos mais representatividade, fazendo a disputa na sociedade em defesa das bandeiras da classe trabalhadora. Realizamos campanhas de sindicalização, promovendo a organização sindical da categoria e fortalecendo os sindicatos. Hoje, temos importantes desafios, como formar novos quadros de dirigentes sindicais, fortalecer o ramo e continuar defendendo uma sociedade justa e solidária”, salientou o dirigente.
Luiz César de Freitas, Alemão
A combatividade da FETEC tem permitido construir um passado e um presente de lutas e de organização, não apenas dos bancários, mas do conjunto dos trabalhadores. Essa é uma lição que deve servir de estímulo para continuarmos na luta por melhores condições de trabalho e de vida para todos os brasileiros. E, assim, vencermos também os desafios do futuro
Aline Molina
Primeira mulher a presidir a FETEC-CUT/SP, eleita para as gestões de 2015 a 2026, Aline Molina é militante em defesa dos direitos dos trabalhadores nos Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região há mais de 30 anos.
Bancária do Itaú, ela assumiu o comando da entidade com o desafio de, juntamente com os 14 sindicatos filiados, organizar as lutas no Estado de São Paulo, tendo como objetivo defender o conjunto da classe trabalhadora e avançar na construção de um Brasil mais justo e igualitário.
Atualmente, além de presidir a FETEC SP, Aline Molina é Secretária de Formação do Seeb São Paulo e diretora-geral da Faculdade 28 de Agosto.
Fundação da Associação dos Funcionários de Bancos do Estado de São Paulo
Fundação do Seeb SP
Jornada de seis horas
Pagamento de horas extras
Fundação do Seeb ABC
Seeb Taubaté
Fundação do Seeb Barretos
Seeb Presidente Prudente
Adicional por tempo de serviço
Fim do trabalho aos sábados
Fundação do Seeb Catanduva
Unificação da Data-Base da categoria
Fundação da CUT
Primeira Greve pós Ditadura
Fundação da DNB (Departamento Nacional dos Bancários)
Fundação do Seeb Araraquara
Fundação do Seeb Limeira
Fundação do Seeb Bragança
Fundação do Seeb Jundiaí
Fundação do Seeb Guarulhos
Auxílio Creche-Babá
Fundação do Seeb Assis
FUNDAÇÃO DA FETEC-CUT/SP
Augusto Campos é eleito primeiro presidente da entidade (1989 a 1996)
Fundação Seeb Guarulhos
1o Congresso da FETEC-CUT/SP (junho)
Tíquete-Refeição
Unificação nacional dos pisos salariais da categoria
Fundação do Seeb Mogi das Cruzes
Seeb Vale do Ribeira
Assinatura da Primeira Convenção Coletiva de Trabalho Nacional
Vale-Alimentação
Lançamento das Caravanas da FETEC
FETEC lança Informativo diário via Fax
Conquista da PLR
FETEC é oficializada como entidade representativa dos bancários cutistas do Estado de SP
Consolidada a Campanha Nacional Unificada da categoria
Criada a Contraf-CUT
13a Cesta-Alimentação
Licença Maternidade de 180 dias +
Inclusão de parceiros do mesmo sexo no plano de saúde
Combate ao Assédio Moral entra na CCT
Avanço na Igualdade de Oportunidades
Avanços nas condições de saúde e trabalho + Censo da Diversidade
Avanço no combate às metas abusivas e assédio moral.
Aline Molina é eleita primeira mulher a presidir a FETEC SP
Estabilidade pré-aposentadoria
Pandemia de Covid
FETEC é primeira entidade classista do país a realizar Conferência 100% virtual
Categoria conquista cláusulas específicas de proteção aos trabalhadores
Cláusula de prevenção da violência doméstica contra bancárias
Cláusula do Teletrabalho
No auge da pandemia da COVID-19, a FETEC-CUT/SP foi pioneira ao realizar uma conferência 100% virtual voltada para a classe trabalhadora no Brasil.
Em 2020, a 22ª Conferência e, em 2021, a 23ª, reuniram mais de 400 participantes em cada edição, consolidando um modelo inovador de organização e proteção. O principal objetivo foi garantir a segurança dos bancários, promovendo o trabalho remoto e preservando a saúde da categoria.
Na 24a Conferência, em 2022, a direção da FETEC buscou soluções práticas e ágeis para enfrentar a crise sanitária, conseguindo realizar o evento de forma híbrida, mas com rigorosos protocolos de segurança, incluindo o uso de máscaras e a aplicação de testes.
Aline Molina, presidenta da entidade, destaca que a FETEC SP esteve à frente dessa iniciativa, ajudando a consolidar o acordo específico para o período pandêmico.
‘’Entre os principais pontos acordados priorizamos a vacina para os bancários considerados grupo de risco. E ainda conseguimos garantir todos os direitos trabalhistas e a manutenção dos salários’’.
Aline recorda que sem vacinas e o total descaso do governo Bolsonaro, muitos trabalhadores de outras categorias tiveram seus salários fracionados, enquanto os bancários, após negociação do movimento sindical, conquistaram o direito de trabalhar remotamente, em especial os grupos de risco, tendo assegurado o cumprimento de direitos essenciais durante esse período de extrema vulnerabilidade.
Esse movimento, liderado pela FETEC, tornou-se um marco de mobilização e solidariedade, salvando vidas e fortalecendo a união da categoria em tempos de incerteza.
Em uma entrevista concedida em 2017 sobre o futuro da categoria bancária, o visionário Sebastião Cardozo, o Tião (in memoriam), então presidente da FETEC-CUT/SP, refletiu sobre a constante transformação das profissões e suas novas dinâmicas. Ele previu que essa mudança inevitavelmente alcançaria também a categoria bancária.
‘’No futuro, vai existir outro profissional prestando outro tipo de serviço. Por isso, não podemos achar que nossa representação está consolidada e que o trabalhador bancário tem melhores condições do que outros segmentos da classe trabalhadora. Se pensarmos assim, estaremos pensando dentro do ‘peleguismo’, que é um procedimento de acomodação. Precisamos sempre lembrar que a dinâmica de transformação da sociedade é tão grande que uma hora acaba desbancando as representações que não acompanham as mudanças ao longo dos tempos’’.
Um levantamento do Dieese revelou que em dez anos, entre 2013 e 2023, o número de transações realizadas por cada bancário aumentou 453%. No mesmo período, pelo menos 84 mil trabalhadores foram desligados dos bancos em todo o país, comprovando o impacto da digitalização e automação no setor.
Diante desse cenário, a FETEC-CUT/SP, em sintonia com o movimento sindical bancário, defende a redução da jornada de trabalho de cinco para quatro dias semanais como uma forma de garantir que os benefícios gerados pela tecnologia sejam compartilhados com os trabalhadores.
“Com o impacto tecnológico e o alto número de terceirizações, um dos grandes desafios das entidades sindicais é lutar por novas formas de contratação que garantam a representatividade e os direitos dos trabalhadores’’, afirma Aline Molina.
O Dieese estima que a redução da jornada de trabalho para quatro dias, entre bancários que trabalham 37 horas semanais, poderia gerar mais de 108 mil novas vagas, um aumento de 25% no setor.
Embora a previsão dos institutos de pesquisa seja que até 80% dos empregos possam ser substituídos pela Inteligência Artificial nas próximas décadas, esse fenômeno também pode criar importantes oportunidades para o mercado de trabalho.
Para isso, de acordo com Aline Molina, é essencial que o país implemente regulamentações adequadas, assegurando uma distribuição justa dos benefícios da tecnologia.
“Somente com mobilização e a exigência de uma regulação eficaz pelo Estado poderemos usufruir dos avanços tecnológicos, garantindo justiça social, emprego, ampliando o acesso à saúde, à cultura e, sobretudo, à educação, criando oportunidades de trabalho em todos os segmentos.”
Sob a gestão da presidenta Aline Molina, a Campanha de Sindicalização da FETEC-CUT/SP passou a integrar o calendário permanente da entidade, consolidando-se como uma ação estratégica anual.
Desde seu lançamento, em 2011, durante o mandato de Luiz César de Freitas, o Alemão, a campanha foi criada com a missão de promover o debate sobre a importância da sindicalização nas bases de todo o estado e de dar suporte aos sindicatos filiados a fim de potencializar as campanhas em todas as regiões.
Aline destaca a importância dessa ferramenta de mobilização. “É por meio da força coletiva dos sindicatos que conquistamos melhores condições para negociar a ampliação e a garantia de direitos de toda a categoria.É também mais uma forma criativa e solidária de acessar a base, dando voz e protagonismo aos trabalhadores dentro das agências”
A iniciativa, que aprimora a relação político-sindical com a categoria, inclui a distribuição de informativos, sorteios de brindes e, principalmente, a escuta ativa das demandas de toda a base da FETEC, com foco na implementação de novas estratégias de atuação sindical.
‘’A categoria bancária é reconhecida por seu alto índice de sindicalização no Brasil e é a única a ter uma Convenção Coletiva Nacional, que assegura os mesmos direitos para bancários e bancárias em todo o território nacional’’, reforça a presidenta.
FONTES DE PESQUISA, DADOS E FOTOS: REVISTA FETEC-CUT/SP 17 ANOS, MEMORIAL DA DEMOCRACIA, FETEC-CUT/SP, CEDOC SEEB SP, SINDICATOS DA BASE DA FETEC, CONTRAF CUT, CUT SÃO PAULO, CUT NACIONAL, FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, GOVERNO FEDERAL