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quinta-feira, 25 de abril de 2024

EM CIMA DA HORA

publicado em 16/10/2019

Demissões no Santander: vamos falar sobre responsabilidade?

Diante do aumento de desligamentos nas últimas semanas, banco deve ter responsabilidade social em um país com 12 milhões de desempregados e trabalhador precisa ficar ligado para afastar risco de demissão evitável

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região identificou aumento considerável de demissões no Santander nas últimas semanas, sobretudo na rede de agências. Os demitidos são bancários perto do período de estabilidade pré-aposentadoria, sem CPA, que retornam de doença do trabalho, e com altos salários.

As demissões atingiram caixas, gerentes administrativos e gerentes gerais e até superintendente.  O número exato de demissões não pôde ser levantado porque as homologações não são mais feitas no Sindicato, graças à reforma trabalhista.

Mesmo os que foram demitidos devem entrar em contato com o sindicato, porque muito ainda pode ser feito. A entidade informa se cabe reintegração, faz cálculo da homologação e auxilia se todos os direitos foram pagos corretamente.

“O banco tem obtido lucros extraordinários graças ao esforço dos trabalhadores, que, na maioria das vezes, ainda enfrentam sobrecarga de trabalho, justamente pela falta de funcionários, o que torna as demissões ainda mais injustificáveis”, protesta Lucimara Malaquias, dirigente sindical e bancária do Santander.

Com relação aos demitidos porque não tiraram CPA 10: Resultado de negociação com o movimento sindical, o Santander ampliou o prazo para obtenção da certificação para 30 dias. Depois aumentou para 90 dias, mas alguns demitidos passaram por pressão violenta no processo para obtenção da certificação, exigida pela Anbima e pelo Banco Central. Muitos foram reprovados mais de três vezes por conta da tensão e isso não foi levado em conta na hora da demissão. 

“Nós nunca vamos aceitar demissões como algo natural, mas os trabalhadores  têm de buscar conhecimento”, pondera Lucimara.
O Sindicato dos Bancários oferece curso preparatório para a certificação CPA 10 com desconto de 50% na mensalidade para os bancários sindicalizados.

“É indispensável para quem quer atuar no mercado financeiro, seja no Santander ou em qualquer outra instituição, obter a certificação CPA 10. E é dever dos bancários obter esse conhecimento”, afirma a dirigente.  “Das perspectivas da venda responsável, o gerente deve estar munido de informações suficientes para orientar corretamente seu cliente. Inclusive é importante que ele conheça as implicações legais do seu atendimento”, acrescenta.

Com relação aos bancários demitidos próximos do período da estabilidade pré-aposentadoria, a convenção coletiva de trabalho dos bancários determina que o funcionário só tem direito a estabilidade se informar previamente o banco.

“É dever do empregado informar o banco a condição, por meio de comunicação escrita enviada ao RH. Mas temos identificado muitos casos que não são informados por receio do bancário, e é muito difícil de reverter essa demissão. Só pela via judicial”, afirma Lucimara.  

“Ressaltamos que somos contra demissões em um banco com lucros expressivos que já atingiram R$ 7 bilhões nos primeiros seis meses do ano. Com esse resultado o Santander deve ter a responsabilidade e o dever de devolver contrapartida social em um país com mais de 12 milhões de desempregados. Ao invés de demitir, por que não dialogar antes de promover demissões, ou pensar em contribuir no processo de formação do trabalhador?”, questiona a dirigente.

  Fonte: Seeb/SP
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