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sexta-feira, 19 de abril de 2024

EM CIMA DA HORA

publicado em 11/10/2018

Contraf-CUT debate sobre questões raciais com delegação americana

Os ataques às políticas afirmativas nos dois países estiveram em pauta na reunião

Representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) se reuniram na cidade de São Paulo, na segunda-feira (8), com uma delegação de sindicalistas e ativistas americanos no combate ao racismo para uma roda de conversa e troca de experiências sobre a questão racial. A reunião aconteceu a convite da American Federation of Labor and Congress of Industrial Organizations (AFL-CIO) e o Solidarity Center.

Para o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, o encontro foi importante para comparar os ataques que a população negra está sofrendo tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos da América (EUA). “Depois do golpe em nosso país, o governo Temer tem atacado as políticas afirmativas para a população negra, e houve grande avanço do genocídio da juventude negra no Brasil”, observou o dirigente da Contraf-CUT.

Para a presidenta da A. Philip Randolph Institute (APRI), Clayola Brown, e para o vice presidente da Unity and Strength For Workers, Fred Redmond, há muitas semelhanças entre Brasil e EUA no que se refere ao preconceito e à discriminação racial. Eles afirmaram que alguns projetos, como o sistema público de saúde implementado pelo presidente Barack Obama e na área da educação, importantes para população negra, estão sendo desmontado pelo atual presidente Donald Trump.

A secretária Adjunta da Secretaria de Combate ao Racismo da CUT Nacional, Rosana Fernandes, relatou a discriminação e a violência sofrida pelos trabalhadores negros no Brasil e sugeriu uma integração das lutas pelo combate ao racismo nas américas.

O secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, fez um balanço do combate ao racismo no setor bancário. “Além da cor da pele ser um impeditivo na ascensão profissional, a invisibilidade do trabalhador negro no sistema financeiro é fato real”, disse. Dados concretos do II Censo da Diversidade, de 2014, mostram a ausência de negras e negros no setor. “Os representantes dos bancos negam exista discriminação no setor, mas basta observarmos as agências bancárias de Salvador, capital com a maior porcentagem da população negra do país, onde 80% são afrodescendentes. Mesmo nesta cidade, vemos poucos negros trabalhando nos bancos” criticou Almir Aguiar.

APRI

A A. Philip Randolph (APRI) é uma organização nacional de sindicalistas negros, fundada em 1965 por Asa Philip Randolph e Bayard Rustin. Randolph foi o maior líder sindical negro da história americana e o pai do movimento moderno dos direitos civis americano. A missão da APRI é a luta por igualdade racial e pela justiça econômica, com foco nos sindicalistas negros, para unir trabalhadores e a comunidade negra.

  Fonte: Contraf-CUT
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