publicado em 11/07/2019
Presidente da Caixa falta audiência e evita debater o futuro da Caixa e de empregados
Pedro Guimarães faltou à audiência pública que discutiria com representantes dos funcionários ações como privatização de áreas estratégicas, nomeações polêmicas na diretoria do banco, saída do Conselho Curador do FGTS e reestruturação.
Apesar de ter muito o que explicar sobre sua gestão no maior banco público da América Latina, o atual presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, se negou a comparecer na terça-feira (9) à audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara Federal. Ele iria debater com entidades, representantes da sociedade civil e empregados da Caixa algumas medidas da sua gestão que tendem ao enfraquecimento da instituição e do seu papel no desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Devido à ausência injustificada, a audiência pública foi cancelada pela deputada Érika Kokay (PT/DF), que propôs o debate. A deputada explicou que a participação do gestor havia sido confirmada com o acordo estabelecido entre a Câmara e a equipe econômica do governo.
Pedro Guimarães seria ouvido sobre assuntos como a privatização das áreas rentáveis e estratégicas, a exemplo das loterias; a retirada da instituição do Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); a redução do quadro de empregados da Caixa, por meio do Plano de Desligamento Voluntário (PDV) e a não convocação dos aprovados no concurso; a manobra contábil para cobrir perdas esperadas com calotes na carteira de financiamento imobiliário; a desvalorização de imóveis retomados em operações administrativas; a nomeação de personal trainer para o cargo de consultor; e a contratação para a vice-presidência de Recursos de Terceiros de uma profissional sem as certificações técnicas para atuar na Comissão de Valores Imobiliários (CVM), entre outras medidas polêmicas. A deputada Érika Kokay foi incisiva na crítica à recusa do atual presidente da Caixa de participar do debate na Câmara.
Inicialmente, segundo ela, a convocação mirava o ministro da Economia, Paulo Guedes. Por sugestão do próprio governo, a convocatória mudou para convite. No entanto, no lugar do principal ministro da equipe econômica do governo, o acordo previa a ida do presidente da Caixa, a quem coube sugerir a data de 9 de julho para a audiência pública. A parlamentar contestou ainda o fato de que, em nenhum momento, o atual gestor do banco apresentou qualquer proposta a respeito do horário da reunião, apesar de ter sido consultado reiteradas vezes acerca do assunto.
A situação foi considerada lamentável pelos parlamentares que integram a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público.
Protesto das entidades representativas
Na condição de autora do requerimento, Kokay explicou que irá remeter ao Ministério do Trabalho e ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma nova representação contra o processo de reestruturação na Caixa. O presidente do banco também será alvo de novo requerimento para comparecer a uma audiência na Câmara. Dessa vez, o objetivo será convocá-lo, o que o obrigará a participar da reunião.
Fonte:
FETEC-CUT/SP com Fenae