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sábado, 20 de abril de 2024

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publicado em 19/11/2018

Consciência Negra: os desafios contra o retrocesso

A luta pela igualdade de oportunidades de gênero, raça e etnia tem, no dia 20 de novembro, uma data muito importante. O está marcado como aniversário da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, símbolo da resistência e luta contra a escravidão. Zumbi foi assassinado em 1695, em uma emboscada.

Em janeiro de 2003, o Presidente Lula sancionou a lei 10.639/2003 que, além de incluir no calendário escolar o dia 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra, incluiu no currículo escolar o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira. Posteriormente, em novembro de 2011, a Presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei 12.519/2011, que instituiu a data como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Atualmente, cerca de mil municípios brasileiros definiram o dia como feriado municipal.

O objetivo do Dia da Consciência Negra é fazer uma reflexão sobre a importância do povo e da cultura africana no Brasil. Também serve para analisarmos o impacto que tiveram no desenvolvimento da identidade cultural brasileira. Celebrar essa data é uma forma de manter viva a memória dessa figura histórica, não somente como líder, mas pela sua importância na luta pela libertação dos escravizados, concretizada em 1888. Além disso, é uma data para lembrarmos como a desigualdade se perpetuou desde então, tendo a população negra entre os grupos mais vulneráveis do ponto de vista socioeconomico, carregando pelas gerações esta herança do tempo da escravidão.

Conquistas e riscos 

Desde Zumbi dos Palmares, um dos pioneiros da resistência contra a escravidão, passando por João Cândido, que liderou a revolta contra o uso da chibata como forma de castigo, na Marinha, o movimento negro ainda hoje enfrenta uma sociedade profundamente racista e desigual. Ao longo dessa jornada, foram conquistados avanços importantes, como as políticas afirmativas instituídas pelo presidente Lula, reparando uma dívida social histórica do processo civilizatório brasileiro através das cotas e de programas socais que estimulam a ascensão social e ampliam as oportunidades. Mas, há um projeto que quer colocar tudo a perder.

Este ano, o mês da Consciência Negra coloca a sociedade diante de um grande desafio: enfrentar o maior retrocesso desde o início do século XX. Um discurso e o projeto, que teve a maioria dos votos válidos dos brasileiros, desmitifica de vez a ideia de “democracia racial” e explicita que a sociedade brasileira é extremante conservadora e preconceituosa.

Desigualdade de oportunidade na categoria bancária

O problema, que é velado no Brasil, está presente em todo o setor da sociedade, inclusive dentro dos bancos. Difícil você encontrar um negro na linha de frente. Quando existe, ele está na retaguarda. No caso das mulheres negras, a situação é ainda mais grave.

Nos bancos brasileiros, negros têm rendimento médio correspondente a 87,3% do rendimento médio dos brancos. E as mulheres negras sofrem ainda mais discriminação: seu rendimento médio corresponde a apenas 68,2% do dos homens brancos. Os dados são do Censo da Diversidade Bancária, levantamento mais recente, realizado em 2014.

Para as mulheres negras e os jovens que estão no topo desta desigualdade, isso é trágico. É uma situação que se agrava ainda mais com a falta de investimentos em políticas públicas.

“Cobramos dos bancos políticas de promoção da diversidade e de ascensão profissional de bancários negros. Não podemos mais aceitar que negros e negras sigam relegados a posições de baixa visibilidade nas instituições financeiras, reforçando um racismo estrutural que contamina todos os setores do nosso país. É mais do que na hora de ocuparem posições de destaque. É preciso que as instituições financeiras cumpram seu papel social e represente a sociedade com igualdade de oportunidades”, explica Crislaine Bertazzi, secretária de Políticas Sociais da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP).

Virada da Consciência Negra celebra a resistência com arte e cultura.

Confira o calendário de atividades de luta no Mês da Consciência Negra.

  Fonte: FETEC-CUT/SP
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