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sexta-feira, 19 de abril de 2024

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publicado em 26/07/2018

Dia da Mulher Negra reforça necessidade de luta por direitos

Na quarta-feira (25), mulheres negras de diversos países comemoram o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A celebração foi instituída em 1992, ano em que ocorreu o primeiro encontro de mulheres negras da América Latina e do Caribe, na República Dominicana.

No Brasil, a então presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 12.987 em 2014, que celebra o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Segundo a Fundação Cultural Palmares, Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que viveu durante o século 18, na região do Vale do Guaporé, no Mato Grosso. Com a morte do companheiro, ela se tornou a rainha do quilombo e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído pelas forças de Luiz Pinto de Souza Coutinho e a população – composta por 79 negros e 30 índios -, morta ou aprisionada.

Além de ressaltar a força e a história dessas mulheres, a comemoração tem objetivo de debater pautas específicas, de acordo com as vivências femininas em cada um desses países. Isso porque as condições de vida das mulheres negras latinas e caribenhas merecem mais atenção. No Brasil, por exemplo, segundo dados da pesquisa Estatísticas de Gênero, do IBGE, apenas 10% das mulheres pretas ou pardas completam o Ensino Superior, o que dificulta o acesso a melhores condições de trabalho e remuneração.

Segundo Crislaine Bertazzi, secretária de Políticas Sociais da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP), vivemos um período em que o ataque aos direitos é visível. As ações desse governo ilegítimo nos classificam como últimas pessoas em termos de direitos, e a mulher negra é a que mais sofre nesse cenário de retirada e acesso às oportunidades.
 
“No Brasil, as mulheres negras recebem, em média, 1/2 do valor de salários recebidos pelas mulheres brancas e 1/4 dos valores de salários recebidos por homens brancos, na média geral do mercado”, explica a dirigente. Ela ressalta que essas companheiras morrem numa proporção maior, sofrem mais abusos e estupros, são as maiores vítimas de violência obstétrica, além do racismo que lhes abate todos os dias.

No setor bancário

Pelos dados apresentados no mapa da diversidade de 2014, os negros representam 54% da população e no setor bancário são somente 24,7%. O sistema financeiro também não cumpre a lei de cotas que determinada a contratação de 5% de pessoas com deficiência.
 
“Entendemos que a igualdade de oportunidades, a não discriminação de toda ordem e o respeito são os melhores caminhos para uma sociedade justa. Acreditamos que o sistema financeiro tem condições de construir e de fazer seu papel social de inclusão e combate à discriminação no local de trabalho”, finaliza a secretária de Políticas Sociais da FETEC-CUT/SP.
 
Fonte: FETEC-CUT/SP
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