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publicado em 18/04/2017

História do Sindicato é marcada por desafios

Desde sua criação, em 1923, categoria bancária luta por salários mais justos e condições dignas de trabalho; defesa da democracia também faz parte do DNA da entidade que completou 94 anos de fundação em 16 de abril.

Para Aline Molina, presidenta da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP), o Sindicato dos Bancários de São Paulo é referência de luta e vitórias importantes para todas as trabalhadoras e trabalhadores. “A história do sindicato, nesses 94 anos, se confunde com a história da classe trabalhadora no Brasil. A categoria por meio da organização do sindicato, avançou em importantes conquistas que transformaram a sociedade e a qualidade de vida dos bancários e suas famílias”, comenta.

Engana-se quem pensa que o Sindicato foi criado apenas e tão somente para lutar por reajustes salariais. Na verdade essa foi apenas uma das razões que levou 84 bancários a fundar, em 16 de abril de 1923, há 94 anos, a Associação dos Funcionários de Bancos de São Paulo.

Até então, os trabalhadores das instituições financeiras pertenciam à categoria dos comerciários. Sendo que a nova agremiação passou a levar aos bancos pleitos que eram específicos dos bancários.

Foi quase uma década de organização da categoria naquela associação até explodir a primeira greve, em 1932, iniciada em Santos por funcionários do antigo Banespa. À época, além de salários mais justos, a grande reivindicação estava na área da saúde. Como era grande o número de bancários que contraíam tuberculose, os bancos eram cobrados para que melhorassem as condições sanitárias nos locais de trabalho.

O movimento foi vitorioso, abrindo caminho para outros avanços como a jornada de trabalho de seis horas que veio em 1933, quando a associação passou a chamar-se Sindicato dos Bancários de São Paulo. Abaixo foto da greve de 1934.

Outra greve emblemática foi a de 1951, iniciada em 28 de agosto. A data ficou conhecida como o Dia do Bancário. Foram 69 dias de paralisação na capital paulista – os demais estados não aderiram ao movimento –, com os bancários enfrentando a forte repressão do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops).

Resistência à ditadura – Os anos 1960, 70 e 80, foram marcados pela resistência dos bancários ao Regime Militar, na luta pela anistia política e pelo retorno da democracia no país. A entidade chegou a passar por intervenção do regime militar, em 1983, mas não vergou. Durante os 20 meses de intervenção, circulou a Folha Bancária Livre, custeada a partir de rifas e doações dos trabalhadores.

Em 1985, a categoria fez sua primeira greve nacional após a ditadura militar. A paralisação ocorreu de 10 a 12 de setembro e marcou novo salto na unidade que viria a se consolidar nos anos seguintes e agregando conquistas como: vale-refeição, em 1991; Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) nacional, em 1992; cesta-alimentação, em 1994; Participação nos Lucros e Resultados, em 1995, entre muitas outras. Abaixo, greve de 1989.

Ainda como reflexo da histórica greve de 1985, no ano seguinte os empregados da Caixa – até então considerados economiários – ganharam direito a sindicalização e passaram a integrar a categoria bancária.

Não à privatização – A luta do Sindicato, nos anos 1990, priorizou o combate à privatização dos bancos públicos e contra as primeiras terceirizações no setor financeiro.

Foi emblemática a dura guerra travada pelo Sindicato e pelos banespianos contra a privatização do Banespa, adquirido pelo Santander em 2000.

Mesmo empenho se deu contra as ofensivas – muito similares aos dias atuais – ao Banco do Brasil, à Caixa Federal e outras empresas estatais. Na época foi feita a campanha PrivatizaNão, unindo os mais diversos segmento contra os ataques da gestão Fernando Henrique Cardoso.

Campanha Nacional Unificada – A partir de 2004 a categoria amplia sua capacidade de mobilização por meio das Campanhas Nacionais Unificadas. Até então, BB e Caixa faziam campanhas e negociações em separado. A partir daquele ano, também passam a ter vaga na mesa da federação dos bancos (Fenaban), mantendo em paralelo suas negociações específicas.

O resultado dessa unidade é mais de uma década de aumento real, avanços na PLR e conquistas sociais importantes como a licença-maternidade de 180 dias, em 2009; instrumento de combate ao assédio moral, em 2010; abono-assiduidade, em 2013; licença-paternidade de 20 dias, em 2016, entre muitas outras. No ano passado, outro avanço significativo foi a CCT com validade por dois anos, 2016/2018.

“O acordo de dois anos assegura nossas conquistas num período de retirada de direitos, por meio da terceirização e de reforma trabalhista, da tentativa de acabarem com nossa aposentadoria, com a reforma da Previdência”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Resistência – Ao completar mais de nove décadas de lutas e conquistas, o Sindicato continua com a mesma vitalidade para enfrentar os ataques aos bancários e aos trabalhadores.

“Todos os avanços na Convenção Coletiva de Trabalho, inclusive a própria CCT, provêm da luta e do sacrifício de milhares de bancários ao longo desses 94 anos de história do Sindicato. Nossa geração, agora, está sendo colocada à prova e temos o dever e a obrigação de resistir a essa nova ofensiva aos direitos trabalhistas, às aposentadorias e ao desmonte dos bancos públicos. Por isso, é essencial que todos participem dos protestos organizados pela entidade e da greve geral do dia 28 de abril”, finaliza Juvandia Moreira.

Com informações do Seeb/SP.

  Fonte: FETEC-CUT/SP
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