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sexta-feira, 29 de março de 2024

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publicado em 21/09/2016

Intransigência dos banqueiros mantém bancos fechados

Com a insistência da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em uma proposta de reajuste abaixo da inflação, a greve dos bancários completou 16 dias nesta quarta-feira (21). “Usam como desculpa a crise econômica para querer impor à categoria uma perda do poder de compra e nos direitos que conquistamos no decorrer de uma história de lutas. Mas, os bancos continuam lucrando alto. Com essa proposta, querem ganhar ainda mais. Mesmo que, para aumentar seus lucros, tenham que explorar os bancários e toda a população”, disse Aline Molina, presidenta da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP).
 
Neste 16º dia de greve, 13.398 agências e 40 centros administrativos ficaram parados em todo território nacional. O número representa aproximadamente 57% dos locais de trabalho do país. Em São Paulo, a paralisação atingiu 2.145 locais de trabalho, sendo 16 centros administrativos.
 
Mesmo com a crise econômica, os cinco maiores bancos do país (Bradesco, Itaú, Santander, Caixa e Banco do Brasil) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016. Os números foram resultado do bom desempenho em seguros, previdência e capitalização, da elevação das receitas com tarifas e serviços e da queda nas despesas com empréstimos e repasses propiciada pela valorização do real frente ao dólar, que barateou os recursos captados pelos bancos no exterior.
 
GANÂNCIA DOS BANQUEIROS
Para Aline, os bancários sofrem com a ganância dos banqueiros, mas a população também tem prejuízos. Paga altas tarifas, mas, mesmo assim, os bancos não proporcionam serviços de qualidade. “Mantêm uma política de redução de funcionários que gera longas filas devido à falta de bancários. Além disso, expulsam os clientes das agências. Enfiem, não estão cumprindo seu papel social”, explicou a presidenta da FETEC-CUT/SP.
 
A política de redução do quadro funcional levou 13,6 mil bancários ao desemprego no período entre junho de 2015 e junho de 2016, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecônomicos (Dieese). Isso apenas nos cinco maiores bancos do país, sem contar as demissões ocorridas nas demais instituições financeiras. O estudo aponta que, no mesmo período, a receita com tarifas cobradas pelos serviços bancários cresceu 8,5% no Bradesco, 8% no Itaú, 11,6% no Santander, 7,6% no BB e 9,5% na Caixa. No total, a arrecadação com tarifas pagas pelos clientes soma R$ 55 bilhões. Sem contar as demais receitas com outras operações comerciais e financeiras.
 
O que os bancos arrecadam com tarifas sobre serviços bancários supera em muito as despesas que têm com os funcionários. Segundo o levantamento do Dieese a receita com a arrecadação dos bancos com tarifas bancárias cobre todas as despesas com seus funcionários e ainda sobra 63,31% no Itaú, 36,73% no Bradesco, 52,31% no Santander, 4,33% no Banco do Brasil, e 4,03% na Caixa Econômica Federal.
 
  Fonte: FETEC/SP
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