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sexta-feira, 29 de março de 2024

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publicado em 17/06/2016

PM invade a USP e reprime estudantes que preparavam protesto

Alunos reivindicam a reimplementação de cotas sociais e raciais na universidade e a devolução dos blocos K e L do conjunto residencial para moradia

A Polícia Militar reprimiu violentamente na quinta-feira (16) uma ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) por estudantes que reivindicam a reimplementação de cotas sociais e raciais na universidade e a devolução dos blocos K e L do Conjunto Residencial (Crusp) para a moradia de alunos.

Em entrevista à repórter Anelize Moreira, da Rádio Brasil Atual, a estudante Jéssica Antunes, que participaria da ocupação, conta que a repressão aconteceu "lá dentro da reitoria, com bastante gás de pimenta, cassetete, agredindo os estudantes". Por causa disso, os estudantes saíram da reitoria para o pátio e decidiram não manter a ocupação.

Na tarde de quinta-feira, cerca de 200 estudantes se reuniram nos fundos dos prédios da reitoria da universidade para uma assembleia que decidiria o rumo do movimento. A maior parte dos estudantes votou por não ocupar o prédio da reitoria. Entretanto, um grupo de 50 pessoas decidiu que entrariam no prédio da administração central.

Por volta das 22h, a PM atacou os estudantes que tentaram ocupar os blocos K e L do Crusp. Parte dos alunos correu para o conjunto residencial e a PM lançou bombas de gás nas moradias estudantis.

"Os estudantes da moradia estudantil começaram a se reunir para tentar organizar uma retomada de dois blocos que eram moradia, mas a reitoria tomou para fazer arquivos. Esse bloco iria ser destinado para as mães que não garantiram a vaga, então, seria para permanência básica. Naquele momento, a polícia que estava na reitoria foi ao Crusp e começou um massacre, com muitas e muitas bombas de gás e de efeito moral. É uma coisa que eu nunca vi aqui dentro da USP. Tacaram bomba até dentro dos prédios de moradia", relata Jéssica.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) divulgou nota na madrugada de sexta-feira (17) em repúdio à truculência da Polícia Militar contra os universitários. Na nota publicada através do Facebook, o DCE afirma que a ação da PM é injustificável.

"É completamente injustificável a ação bárbara da PM na noite de hoje (ontem). É essa a resposta que Alckmin e (Marco Antonio) Zago (reitor da USP) dão ao movimento social da universidade que reivindica sua democratização, em especial no acesso através das cotas raciais e sociais. Essas ações merecem todo o repúdio", escreve.

Leia a nota na íntegra:

REPRESSÃO DA PM NO CRUSP - Moradia Estudantil

Para os moradores do CRUSP essa noite não tem fim. Há cerca de duas horas a Polícia Militar segue ininterruptamente reprimindo os moradores de maneira arbitrária. Após manifestação reivindicando a devolução dos blocos K e L do CRUSP - blocos vazios que poderiam servir de dezenas de apartamentos para estudantes sem condições de pagar aluguel nas redondezas da universidade - a PM cercou o CRUSP e implementou um verdadeiro estado de sítio.

Com a truculência da tropa de choque e da Força Tática, invadiu os corredores dos blocos jogando bombas de gás lacrimogêneo e atirando balas de borracha. Cenas lamentáveis estão ocorrendo com os moradores do CRUSP, que já sofrem diariamente com o descaso da reitoria e da SAS - Superintendência de Assistência Social. Além disso, há notícia de que três estudantes que estavam na QiB - uma confraternização semanal - foram presos pela PM também de maneira arbitrária.

É completamente injustificável a ação bárbara da PM na noite de hoje. É essa a resposta que Alckmin e Zago dão ao movimento social da universidade que reivindica sua democratização, em especial no acesso através das cotas raciais e sociais. Essas ações merecem todo o repúdio.

Toda a solidariedade aos moradores do CRUSP e aos estudantes detidos. É importante divulgar essa ação bárbara no máximo de meios possíveis.

O movimento estudantil não tolerará esse tipo de ação. Eles que se preparem, iremos arrancar nossas vitórias.
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